─ Você ─ ele disse, e a voz mais parecia um susssuro contido. ─ Você é que é consumida por baboseiras.
Aquela subita ferocidade me assustou. Eu me afastei.
─ Você ─ ele prosseguiu, agarrando meu punho. ─ Todos vocês, do mundo seguro, com seus air bags, e suas embalagens hermeticamente fechadas e suas dietas livres de gordura. Vocês é que são os supersticiosos. Vocês se convencem de que podem tapear a morte, e se sentem absolutamente ofendidos quando descobrem que não podem. Vocês ficam sentados em seus apartamentos confortáveis e assistem à guerra, e nos vêem sangrando, pela televisão. E pensam: “Que horror!”, e depois se levantam e tomam outra xícara de café expresso.
Estremeci quando ele disse aquilo. {…}
─ Coisas ruins acontecem. Algumas coisas muito ruins aconteceram comigo. E eu não sou diferente de mil outros pais nesta cidade cujos filhos sofrem. Eu convivo com isso. Nem toda história tem um final feliz. Cresça, Hanna, e aceite isso“. Geraldine Brooks in As Memórias do Livro .
Esse é o meu trecho favorito desse livro, o livro inteiro faz refletir, mas essa parte é chocante.
Nem todas as histórias de amor têm um final feliz!
Já sentiram algo inexplicável por dentro, algo que fecha e dói?
Senti-me assim no princípio de Agosto no Verão, tudo aconteceu quando num festival apercebi que gostava de alguém…
Alguém esse que me deixou o coração pequenino, tão pequenino que causava imensa impressão quando não o via.
Era inexplicável, magico!
Algo que me deixava com um sorriso todos os dias.
Olhava-o com um olhar profundo, e sentia que ele o via também…
Tudo aconteceu quando o vi com uma rapariga… desiludiu-me bastante, mas nada poderia fazer!
Tentei dizer-lhe e tomar coragem para pelo menos lhe dizer um olá.
Mas não. A única coisa que fazia era criar raiva dessa rapariga, raiva essa que ainda o sinto.
Tempos depois deixaram-se. Mas também conheci novos rapazes que fizeram com que deixa-se de pensar nele, que vira-se costas!
Apercebi-me que todos esses rapazes não tinham nada haver com o que realmente gostava.
Aquele que me fizesse o coração bater quando o vise!
Mas como nos contos de fadas… eu e ele começamos a falar… a falar… a falar…
Tornamo-nos grandes amigos, amizade que tinha medo de perder.
Depois de tanto tempo de amizade finalmente aconteceu. Começamos a nos encontrar: D
Sentia-me tão bem com ele. Era tão feliz, sentia-me preenchida…
Mas depois de 2 semanas juntos acabamos. Apesar de gostarmos um do outro não dava.
Dia após dia falava cada vez menos, e os encontros eram cada vez menores. Abati-me imenso e senti-me culpada por não ter resultado.
E contudo ainda a nossa amizade ficou diferente, dias que deixamos de nos falar…
Parecia que me queria evitar.
Amava-o, e doía cada vez que o via e não podia abraçar.: ‘(
Passado 3 meses depois disso ainda continuava a ama-lo, e via que ele sentia o mesmo.
Sofri mesmo, isolavam cada vez mais.
Depois desse tempo todo tornamo-nos a falar, e a sermos amigos…mas de maneira diferente.
[Para verem que na vida nem todas as historias têm finais felizes!]
Nossa, que forte!!!
É, às vezes nos fechamos, ou melhor, “nos protegemos” em nosso mundinho, somente assistindo ao que se passa ao redor. Mas é preciso o reconhecimento que coisas ruins acontecem e não somente com quem está do lado fora.
Beijo queridona.
Que belo livro estás lendo! E, somos… consumidores de baboseiras, sim. Mas, acho que algumas delas nos fazem bem – se só pensarmos nas guerras e no sangue que escorre em nossas ruas, não teremos coragem de sair de casa. Se ignorarmos tudo isso, seremos alienados. Enfim, que venha o difícil equilíbrio! Deus nos ajude. (ps. o texto é meu sim, que bom que gostou!) bjs :*
Obrigada pela visitinha.Me senti muito honrada.Volte outras vezes, ok?? Como achou o Compartilhando as Letras????
Caramba!
que diálogo menina. E pensar que caminhamos assim mesmo, fechando os olhos para o que acontece a nossa volta. Mais que acostumar com o sofrimentos dos outros, é normalizar o sofrimento. Eita mundo!
Beijos
Pura verdade! Lindooo o livro, né! ;-p
Adorei o trecho… agente se acostuma com o sofrimento dos outros e chega um momento que achamos que o que acontece no mundo é normal. Mas não é!!!
Claro que nem toda história tem um final feliz… mas podemos contribuir para um mundo melhor.
Quando Hanna disse isso, ela só queria que ele tivesse esperança de novo… ela só queria isso! Mas as vezes é preciso crescer e nos conformar, aceitar que nem todas as histórias possuem um final feliz.
Ahhh… tô bem sim! bjim,
“E pensam: “Que horror!”, e depois se levantam e tomam outra xícara de café expresso. ”
É a mais pura realidade… o ser humano se corrompeu, nada mais importa…
abraços,
Confucious