A Escrita é o desconhecido

A escrita é o desconhecido. Antes de escrever não sabemos nada acerca do que vamos escrever. Com toda a lucidez. É o desconhecido de nós mesmos, da nossa cabeça, do nosso corpo. Não é sequer uma reflexão, escrever é uma espécie de faculdade que temos ao lado da nossa pessoa, paralelamente a ela, de uma outra pessoa que aparece e que avança, invisível, dotada de pensamento, de cólera, e que, por vezes, pelos seus próprios factos, está em perigo de perder a vida. Se soubéssemos alguma coisa do que vamos escrever, antes de o fazer, antes de escrever, nunca escreveríamos. Não valeria a pena. Escrever é tentar saber aquilo que escreveríamos se escrevêssemos – só o sabemos depois – antes, é a interrogação mais perigosa que nos podemos fazer. Mas é também a mais corrente”

. Marguerite Duras in Escrever .


5 comentários sobre “A Escrita é o desconhecido

  1. Você sabe que acredito realmente nisso.
    Afinal muitas das coisas que escrevo, acabo fazendo de uma forma tão instintiva e fora de mim, que sequer me lembro que o fiz.
    Aí às vezes acabo me surpreendendo com o que está no papel. Não por estar muito bom, não. Mas por aquele sentimento ter saído de mim tão naturalmente a ponto de não me lembrar das palavras depois.

    Bjos

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