Noite… Dia!

Era noite.

A lua banhava o asfalto com seu inexaurível brilho prateado enquanto o silêncio reinava imperioso na rua deserta.

Nenhum som, nada!

As paredes geladas das casas, de dia tão coloridas, agora pareciam fazer parte de um velho filme em branco e preto.

Frio!

Até mesmo o vento que soprava gelado estava silencioso. Até as árvores que balançavam ao vento não emitiam som. Era como se o velho filme estivesse no volume mínimo para que alguém pudesse falar ao telefone. Como se estivesse esquecido, apagado, congelado na tela.

Muito lentamente, imperceptivelmente,  o negro do céu começou a clarear. O vento cessou e as árvores pararam de balançar, agora dando espaço às cores. O brilho do sol veio chegando tímido, a lua se despedindo.

As paredes começaram a esquentar com suas cores vibrantes. O verde das árvores se iluminaram com o sol. Os pássaros…

Ah! O canto dos pássaros!

O canto encantado adentrou na tela sem permissão. Mas, para que permissão? Agora a vida tomava conta do local. Cores, vozes, canto! Era como se o volume tivesse sido novamente aumentado e a cena descongelada. O sol agora brilhava intenso e as pessoas conversavam alegres.

Era dia!

{ Lyani } 27/01/2000

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