Respirou fundo. Morangos, mangas maduras, monóxido de carbono, pólen, jasmins nas varandas dos subúrbios. O vento jogou seus cabelos ruivos sobre a cara. Sacudiu a cabeça para afastá-los e saiu andando lenta em busca de uma rua sem carros, de uma rua com árvores, uma rua em silêncio onde pudesse caminhar devagar e sozinha até em casa. Sem pensar em nada, sem nenhuma amargura, nenhuma vaga saudade, rejeição, rancor ou melancolia. Nada por dentro e por fora além daquele quase-novembro, daquele sábado, daquele vento, daquele céu azul – daquela não-dor, afinal”
. Caio Fernando Abreu in Estranhos Estrangeiros .
incrível como as palavras doce dos seus textos me fazem imaginar um paraíso distante e melhor de tudo isso que eu vivo.
E o “entre aspas” já nao mais fazia parte dessas “aspas” outras. A vida está entre aspas!
Abraços!
Tão profundo, tão cheio de sentimento… Simplesmente lindo!
Penso se essa “não-dor” não é algo parecido como uma fuga consciente do que pode nos levar a dor, entao evitamos… ensinamos o cerebro a buscar a rua vazia, deixamos o vento nos tocar e nos levar para onde a vida quiser, ou para onde nao exista dor…
Beijos
Você sempre nos presenteando com essas maravilhas. E por falar em presente, tem um pra vc lá no meu florescer. Colha e receba o meu carinho.
Um abraço
Nossa que lindo Oo Eu gosto bastante desse autor, as palavras dele sempre tocam os leitores. Beijos meus.
E eu fiquei a respirar nessas doces e perfumadas palavras!
Abraços…
O entre aspas sempre com entre aspas muito interssantes.
Um beijo