DL 2011: Sangue de Tinta

TEMA: Literatura Infanto-Juvenil
MÊS: Janeiro

Livro: Sangue de Tinta
Autor(a): Cornélia Funke
Editora: Cia. das Letras
Páginas: 560

Nota: 5
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5– Adorei)

Mais uma vez sinto dificuldades para começar a resenha. São tantas coisas a dizer sobre esse livro que fica difícil saber por onde começar. Sangue de Tinta é a seqüência de Coração de Tinta e assim como ele, uma obra cheia de magia, encantamento e muitas palavras. Palavras que condenam, palavras que salvam, palavras perigosas e preciosas ao mesmo tempo. O que me encanta em toda essa história é como ela nos passa a importância das palavras, da tinta no papel, dos livros que carregam consigo conhecimentos redentores ou terríveis. E tratar desse assunto, ainda mais com o capricho e magia de Cornélia Funke, para uma bibliotecária é como dar doce para criança. Estou simplesmente apaixonada.

Neste segundo livro a história consegue ficar mais emocionante ainda. Acho tão difícil numa trilogia ou em séries mais longas os próximos livros superarem o primeiro, que fico encantada quando isso acontece. E realmente aconteceu com Sangue de Tinta, onde a história continua num encantamento sem fim. Dedo Empoeirado finalmente consegue encontrar um leitor que o envia de volta ao Mundo de Tinta, mas deixa Farid e Gwin, sua marta, para trás. Farid, inconformado de não ter conseguido ir junto de Dedo Empoeirado, vai atrás de Meggie e Mo para que eles o mandem para lá também.

Meggie descobre que além do dom de trazer à vida personagens dos livros que lê em voz alta, também consegue se ler para dentro da história. E é exatamente isso que ela faz, indo finalmente conhecer as maravilhas do Mundo de Tinta ao lado de Farid, apesar das recomendações e pedidos de Mô, que sabe muito bem que não só de maravilhas é feito esse universo.

O Mundo de Tinta, criado por Fenóglio, é cheio de magia, encantamento, animais fantásticos, fadas, gigantes e muitas outras maravilhas com as quais Meggie sempre sonhou. Mas também é um mundo cruel e cheio de tristezas, com vilões e castelos de arrepiar. Meggie conhece o povo colorido, Roxane, a mulher por quem Dedo Empoeirado é apaixonado e que nesta história é bastante presente e os ajuda muito, Cosme, o Belo, as fadas, os duendes, os elfos de fogo, maravilhas e cores inimagináveis. Cornélia foi muito feliz em suas descrições de cenários e personagens e nos faz sentir vontade de conhecer tudo e todos assim como Meggie.

Mas não só de cores é feito o Mundo de Tinta e Meggie também se vê diante de Cabeça de Víbora, um vilão cruel, e de seu Castelo da Noite, um lugar sombrio com muros escorregadios de lágrimas e sangue. E mais uma vez, Meggie e todos os personagens apaixonantes criados por Cornélia, vão enfrentar desafios e muitas aventuras na busca incessante de criar um final feliz para esta história.

A autora foi tão caprichosa com as palavras neste livro como em seu primeiro. Montou uma nova história encantadora e me vejo na obrigação de mencionar mais uma vez minha admiração pelas citações escolhidas para iniciar todos os capítulos: um detalhe que valoriza sua ótima narração. Leitura recomendadíssima.

Leia também no Skoob