Tantas vezes, tantas, como agora, me tem pesado sentir que sinto – sentir como angústia só por ser sentir, a inquietação de estar aqui, a saudade de outra coisa que se não conheceu, o poente de todas as emoções… Ah, quem me salvará de existir? Não é a morte que quero, nem a vida: é aquela outra coisa que brilha no fundo da ânsia…”
. Fernando Pessoa in O Livro do Desassossego .
“… ah, quem me salvará de existir? ” Quem?
Essas criaturas, chamadas poetas… quem nos dirá que não são sábios? Profetas? Quem nos salvará dessas criaturas tão especiais a nos lembrar que somos vulneráveis e que a impermanência da vida nos assusta um pouco, ainda que sejamos cientistas e não poetas?
Não podemos nos salvar de existir.
Carinhosamente um beijo prá vc lyani.