DL 2011: Feios

TEMA: Ficção Científica
MÊS: Abril


Livro:
Feios
Autor(a): Scott Westerfeld
Editora:
Record
Páginas: 415

Nota: 4
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)


Em um mundo de extrema perfeição, o normal é feio”.

Essa frase explica bastante sobre a história de “Feios”, o primeiro romance da série do autor texano Scott Westerfeld. Tally é feia. Não, isso não quer dizer que ela é horrível e assutadora. Ela é apenas uma jovem que não completou 16 anos ainda e por isso não passou pela operação que a transformará em uma pessoa incrivelmente bela e perfeita. Tally está ansiosa pela operação e pela vida perfeita que levará em Nova Perfeição, a cidade onde sua única obrigação é se divertir muito, aproveitar bastante e ir à inúmeras festas ao lado de pessoas tão belas e perfeitas como você. Parece uma vida de sonhos, mas, como tudo na vida, tem seu preço.

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23.04 [11] – Dia Internacional do Livro

Os livros podem não alterar nosso sofrimento, os livros podem não nos proteger do mal, os livros podem não nos dizer o que é bom e o que é belo, e certamente não terão como nos livrar do destino comum ─ a tumba. Mas os livros nos abrem miríades de possibilidades: de mudança, de iluminação. Pode bem ser que nenhum livro, por mais bem escrito que seja, consiga remover um grama de dor da tragédia do Iraque ou de Ruanda, mas pode bem ser que não haja livro, por mais mal escrito que seja, que não contenha alguma epifania para algum leitor”.

. Alberto Manguel in A Biblioteca à Noite .

Sem Nada Para se Lembrar

XLIII Desafio Incubadora Literaria
Tema: Outono
Período para votação: 26/04 a 29/04

Porque era assim que conseguia viver sem ele. Sem nada para se lembrar. Nenhuma foto, nenhum presente, nenhum fio de cabelo, nenhuma lembrança boa o suficiente. O que tinha pra se lembrar que trouxesse um sorriso aos lábios? Nada. Nunca. Era sempre só tristeza, saudade e dor. E era outono.  Porque as folhas caíam como as lágrimas que insistiam em rolar por seu rosto. E o vento soprava gelado como o toque dele. E o céu era sempre azul intenso como os olhos dele. E os dias sempre lindos fazia realçar a dor de nunca terem trocado um sorriso, um olhar de amor, palavras bonitas e verdadeiras. Continuava, porque é isso que se faz. Continuar, sempre. Mas não podia deixar de aguardar cada outono, embora doesse, como se o vento pudesse trazê-lo de volta. Ou seu cheiro, ou algo dele que ela nunca teve. Qualquer lembrança boa, além das tão cruas e reais que lhe imprimiam marcas de tristeza ao rosto bonito. Comptine D’um Autre Ete – L’Apres Midi. Há quem diga que há beleza na tristeza, e que aquele amor doloroso, possível de ver em cada gesto, em cada olhar, em cada risada, fazia bem à sua aparência. A tornara madura, de uma maneira mais especial. A dor da perda a transformara. E não é que fosse uma pessoa infeliz. Na maioria das vezes era feliz, e divertida. As pessoas costumavam gostar de sua companhia. Mas havia, e sempre haveria, os outonos. E o vento traria sim lembranças, reais e dolorosas. E traria lágrimas, e a verdade significativa de que nunca mais o veria de novo. E por mais que ele lhe doesse tanto, a falta dele doía ainda mais.

{ Lyani } 22/04/2011

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DL 2011: A Volta ao Mundo em 80 dias

TEMA: Ficção Científica
MÊS: Abril


Livro:
A Volta ao Mundo em 80 dias
Autor(a): Jules Verne
Editora:
Martin Claret
Páginas: 198

Nota: 4
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

Era-me impossível dizer que conheço Jules Verne sem ter lido sua obra mais famosa: A volta ao mundo em 80 dias. Já tinha ficado encantada com a narrativa envolvente de Verne em Viagem ao Centro da Terra e esta obra só veio a afirmar minha admiração. Com toda certeza, Verne é um autor descritivo e alguns trechos de sua história se tornam cansativos por conta disso, mas nada que diminua o interesse e o envolvimento que ele tão bem desenvolve durante a narrativa.

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20.04 – 127º Aniversário de Augusto dos Anjos

Quando nasci, num mês de tantas flores,
Todas murcharam, tristes, langorosas,
Tristes fanaram redolentes rosas,
Morreram todas, todas sem olores.

Mais tarde da existência nos verdores
Da infância nunca tive as venturosas
Alegrias que passam bonançosas,
Oh! Minha infância nunca tive flores!

Volvendo à quadra azul da mocidade,
Minh’alma levo aflita à Eternidade,
Quando a morte matar meus dissabores.

Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz de minhas dores!”

. Augusto dos Anjos in Eu e Outras Poesias .

Reconhecimento

Com a lucidez dos embriagados, haviam-se reconhecido desde o primeiro momento. Ou talvez estivessem realmente destinados um ao outro, e mesmo Sem o álcool, numa rua repleta saberiam encontrar-se. O fulgor nos olhos e a incerteza intensificada nos passos fora a pergunta de um e a resposta de outro”.

. Caio Fernando Abreu in O Inventário do Ir-remediável .

Direito de ser infeliz…

— Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o perigo autêntico, quero a liberdade, quero a bondade. Quero o pecado.
— Em suma — disse Mustafá Mond — o senhor reclama o direito de ser infeliz”.

. Aldous Huxley in Admirável Mundo Novo .

DL 2011: Admirável Mundo Novo

TEMA: Ficção Científica
MÊS: Abril


Livro:
Admirável Mundo Novo
Autor(a): Aldous Huxley
Editora: Globo
Páginas: 314

Nota: 5
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

 

Admirável Mundo Novo me deixou inquieta assim como 1984 de Orwell. Ainda que este último tenha me afetado de forma bem mais opressora, Huxley não ficou muito atrás. Já nos primeiros capítulos o autor nos apresenta um mundo inimaginável (porém provável) onde as pessoas são condicionadas biologicamente e psicologicamente a existirem em concordância com as leis e normas sociais da época que não possuíam as éticas religiosas e apegos morais que regem a nossa atual sociedade. Quando algum indivíduo desse “futuro” sente desconforto, dúvida ou incerteza, consome uma droga chamada “soma” que dissipa esses problemas e deixa a pessoa “feliz”. Além disso a sociedade é organizada por castas e os indivíduos já são atencipadamente determinados e condicionados a serem parte de uma delas.

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O Tempo que Não se Perdeu

Não se contam as ilusões
nem as compreensões amargas,
não há medidas pra contar
o que não podia acontercer-nos,
o que nos rondou como besouro
sem que tivéssemos percebido
do que estávamos perdendo.

Perder até perder a vida
é viver a vida e a morte
não são coisas passageiras
mas sim constantes, evidentes,
a continuidade do vazio,
o silêncio em que cai tudo
e por fim nós mesmos caímos.

Ai! o que estave tão cerca
sem que pudéssemos saber.

Ai! o que não podia ser
quando talvez podia ser.

Tantas asas circunvoaram
as montanhas da tristeza
e tantas rodas sacudiram
a estrada do destino
que já não há nada a perder.

Terminaram-se os lamentos.”

. Pablo Neruda in O Coração Amarelo .

DL 2011: I, Robot

TEMA: Ficção Científica
MÊS: Abril


Livro:
I, Robot
Autor(a): Isaac Asimov
Editora: Bantam Books
Páginas: 272

Nota: 4
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

 

Começo esta resenha com a confissão de que eu estava esperando que a história do livro fosse a mesma do filme . Claro que, por ser o livro, imaginava que teria mais detalhes, algumas cenas novas que para o filme tivessem sido cortadas, enfim… O livro não tem absolutamente nada a ver com o filme. NADA mesmo!

De qualquer forma, isso não é ruim. Apesar de não ser como o filme (que eu amei!) o livro é ótimo! Primeiramente , ele foi publicado em 1950 e é considerado até hoje, e não à toa, um verdadeiro clássico da Ficção Científica. Por ter sido escrito há tantos anos atrás e ainda hoje parecer tão futurista, eu tiro meu chapéu para Asimov! Realmente a narrativa dele é impressionante e prende a atenção. Pelo menos a minha, já que, apesar de não ser como a maioria que hoje em dia é fanática por um vampiro, sou simplesmente apaixonada por robôs! Tenho facilidade incrivel de dar sentimentos a esse seres de “lata” e até então “sem sentimentos”. É extremamente simples pra mim me afeiçoar a esses personagens e neste livro não foi diferente.

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