TEMA: Novos Autores
MÊS: Julho
Livro: A Batalha do Apocalipse
Autor(a): Eduardo Spohr
Editora: Verus
Páginas:586
Nota: 3
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5– Adorei)
“A Batalha do Apocalipse” me surpreendeu. No entanto, não consigo dizer se gostei ou não do livro. Tem partes muito positivas e algumas que realmente não me encantaram. A idéia é ótima e criativa. O livro é um épico, e por ser de um autor novo brasileiro me deixou orgulhosa. O detalhamento das cenas e cenários é bastante rico e embora (como já mencionado em outras resenhas) eu não seja fã de autores muito descritivos, entendo perfeitamente quando os detalhes são necessários para o desenvolvimento da história. Em alguns casos apenas, eles foram muito cansativos. Principalmente nas descrições das diversas lutas heróicas que permeiam a história.
Basicamente, a obra trata do Armagedon, embate final entre o céu e a terra que decidirá o futuro da humanidade. Tudo começa no paraíso, onde um grupo de guerreiros que amam a liberdade e a justiça desafia a tirania dos poderosos Arcanjos. Por possuírem habilidades inferiores, o grupo é forçado ao exílio e condenado a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final. Ablon, o líder dos renegados, é convidado por Lúcifer a se juntar a suas legiões na batalha final, mas se nega, embrenhando-se em uma jornada de conhecimento e batalhas.
A narrativa é muito boa, e com certeza Spohr teve um trabalho árduo de pesquisa para escrever, o que eu valorizo muito em um autor e um livro. Alguns de seus personagens são realmente cativantes, como é o caso de Shamira, a feiticeira de En-Dor. Ela com certeza foi a personagem que me fez ir até o final da leitura, pois ficava esperando o momento de vê-la aparecer. Talvez o livro tivesse sido mais empolgante se ela fosse a protagonista e aparecesse mais vezes!
Ablon também é interessante, mas achei que ficou faltando alguma coisa nele. E isso foi um pouco ruim, pois ele é o que mais aparece na narrativa e na maioria das vezes foi bem desinteressante. Sem contar que o romance entre Ablon e Shamira ficou muito apagado na história, o que não trouxe emoção no desfecho da grande batalha onde viveram um certo drama.
Outro personagem que me decepcionou um pouco foi Lúcifer, Estrela da Manhã. A maldade, crueldade e frieza foram realmente bem trabalhadas na personagem, mas achei que ficou faltando aquele encanto e charme que todo perigo tem. Já Miguel, o Arcanjo tirano chamou minha atenção, assim como Gabriel. Ambos foram bem desenvolvidos e destaco uma passagem que achei lindíssima de um diálogo entre Ablon e Gabriel:
Assim, dispersou seu espírito, e dessa energia divina nasceu a alma humana, abençoada com o livre-arbítrio e agraciada pela seiva do amor. Com isso, a energia do Criador prosperou, sobreviveu e se multiplicou sobre a superfície da terra. Pois saiba, ó valoroso guerreiro, que em cada coração mortal bate a potência do Pai, e essa graça é infinita, indestrutível e imortal”.
Enfim, não sou profunda conhecedora de mitologia e das passagens bíblicas para criticar a obra nesse sentido, mas recomendo a leitura pela narrativa do autor, o trabalho árduo de pesquisa que deve ter feito e as descrições impressionantes dos locais narrados na história.
Vale a pena conhecer!
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Um filme sobre o livro seria muito interessante com as várias descrições de épocas passadas. Fico imaginando onde o autor buscou a inspiração.
já li e concordo que tem detalhes demais…. fiquei surpresa com o autor, gostei bastante e imagino como seria nas telonas…..
Olha essa foi a primeira vez que paro para ler a resenha desse livro. Geralmente, quando ouço falar em apocalipse nem paro para ler, pois acho que é um livro que não vai me interessar. Agora vejo que estava redondamente enganada. Me interessou muitíssimo, assim que tiver a oportunidade o lerei.
ótima resenha!
beijos
Esse tipo de leitura não é muito a minha. Mas, confesso que estou intrigado com esse livro. Tantas opiniões distintas.
Muito interessante, Lyani, vou ler o livro! 🙂