TEMA: Literatura Brasileira
MÊS: Agosto
Livro: Dom Casmurro
Autor(a): Machado de Assis
Editora: Klick (Estadão – Coleção Ler é Aprender)
Páginas: 274
Nota: 4
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5– Adorei)
Definitivamente sou fã de Machado de Assis e não sei dizer o porque de ter passado tanto tempo sem ler esse clássico da literatura brasileira. Acho que toda vez que pensava em ler alguma coisa de Machado eu corria reler Memórias Póstumas de Brás Cubas que é um dos meus livros favoritos. No entanto Machado se mostrou tão surpreendentemente irreverente neste livro como em Memórias, muito embora não tão irônico quanto. De qualquer forma, sua narrativa é extremamente envolvente e não há como não gostar.
Adoro a maneira como Machado conversa com o leitor e vai relatando os fatos com pausas e reflexões que deixam todo o romance mais leve e cativante. A história é sobre Bentinho (futuramente Dom Casmurro), filho de um falecido fazendeiro e deputado e Capitu, filha de um modesto funcionário público. Os dois crescem juntos e quando Bentinho atinge uma certa idade se vê tendo que cumprir uma promessa feita por sua mãe, Dona Glória, de torná-lo padre.
Bentinho percebe que isso o separaria de sua grande amiga e primeiro amor, Capitu e passa a tentar se libertar da promessa a todo custo. Com a ajuda de José Dias e seu amigo Escobar consegue enfim se ver liberto e casa-se com Capitu. O casamento não dura muito pois o ciúmes de Bentinho leva a sua inevitável dissolução. Ele começa a enxergar no filho, Ezequiel, uma semelhança com seu amigo Escobar e desconfia que Capitu o tenha traído. E aí reside todo o enigma e popularidade deste romance. Muitos estudiosos até hoje tentam esmiuçar o livro em busca de pistas para desvendar se Capitu realmente traiu ou não Bentinho, sem nenhum sucesso.
Machado foi realmente genial em sua escrita. Solta diversas pistas ao longo dos capítulos, mas no fim prevalece sempre o mistério. Não há como ter certeza do que aconteceu realmente. A mim, Capitu é inocente. Prestando atenção à narrativa pude notar que apenas Bentinho tinha essa idéia fixa de que Ezequiel tinha muitas semelhanças com Escobar. Nenhum outro personagem do romance fala a esse respeito, nem mesmo a mãe de Bentinho. Outro fato que reparei é que desde o início Bentinho já demonstrava um ciúmes excessivo de Capitu o que pode tê-lo cegado sobre seu relacionamento com seu melhor amigo.
Em minha humilde opinião, Capitu o amava e não o teria traído, mas como disse anteriormente, nisto reside a grande genialidade da obra e de seu autor. É um fato do qual jamais teremos plena certeza. Resta dizer que é um romance maravilhoso, muito bem escrito e com personagens bem trabalhados e cativantes.
Recomendo!
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Não estou de forma alguma criticando o conteúdo do seu Blog ─ que entendo ser um trabalho do que se diz da obra Dom Casmurro. Entretanto, estou sim (usando este seu Blog como veículo, e me perdoe por isto) dizendo da minha grande tristeza em contatar que a maioria dos leitores de Dom Casmurro tem reduzido a obra à indevida obliqüidade e ao falso adultério de Capitu; também outras coisas do contemporâneo que decididamente não cabe na obra; diferentemente, esses dois pontos (da primeira ponderação) são elementos de intencional contradição para pegar e brincar com acadêmicos e muitos leigos como eu, que as entendi plenamente, e em nenhum momento caí nessas e em outras peraltices da genialidade de Machado, e pelo contrário, as reproduzo no trabalho citado. Senão, você e seus leitores visitem os meus Blogs sobre o assunto: REAL EVOLUÇÃO DA FEITURA DA OBRA DOM CASMURRO ─ http://www.verdadedomcasmurro.blogspot.com e constatem o que tenho ponderado neste pequeno comentário. Também o Blog SÓCRATES VERSUS PLATÃO VERSUS MACHADO ─ http://www.socratesplataomachado.blogspot.com .
Atenciosamente JORGE VIDAL
Ai, Machado. Amo-o. Essa é uma das melhores obras da literatura brasileira. Fato.
Belo blog, parabéns!
http://pernadepautupa.wordpress.com