Happy Ending

Se vocês se interessam por histórias com final feliz, é melhor ler algum outro livro. Vou avisando, porque este é um livro que não tem de jeito nenhum um final feliz, como também não tem de jeito nenhum um começo feliz, e em que os acontecimentos felizes no miolo da história são pouquíssimos. E isso porque momentos felizes não são o que mais encontramos na vida”. 

. Lemony Snicket in Desventuras em Série: Mau Começo .

Livros são durões!

Eu não acredito que todos os livros irão ou devam migrar para as telas: como Douglas Adams uma vez me falou, mais de 20 anos antes do Kindle aparecer, um livro físico é como um tubarão. Tubarões são velhos: existiam tubarões nos oceanos antes dos dinossauros. E a razão de ainda existirem tubarões é que tubarões são melhores em serem tubarões do que qualquer outra coisa que exista. Livros físicos são durões, difíceis de destruir, resistentes à banhos, operam a luz do sol, ficam bem na sua mão: eles são bons em serem livros, e sempre existirá um lugar para eles. Eles pertencem às bibliotecas, bem como as bibliotecas já se tornaram lugares que você pode ir para ter acesso à ebooks, e audio-livros e DVDs e conteúdo na web.

Neil Gaiman
Palestra à Reading Agency sobre o futuro da Leitura e das Bibliotecas
Leia na íntegra aqui

Pisca-Pisca

A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu.
Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.
Pisca e mama;
Pisca e anda;
Pisca e brinca;
Pisca e estuda;
Pisca e ama;
Pisca e cria filhos;
Pisca e geme os reumatismos;
Por fim, pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre – perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”

. Monteiro Lobato in Memórias de Emília .

Resenha: Como Eu Era Antes de Você


Livro:
Como Eu Era Antes de Você
Autor(a): Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Páginas: 320

Nota: 2
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)


Tive que esperar alguns meses pra poder escrever essa resenha sem tanta emoção. Indignação seria a palavra correta pra expressar meu sentimento em relação a essa história. E eu sei que a maioria das pessoas que leu esse livro são do tipo “é o melhor livro que eu já li na vida” ou “uma lição de vida”, mas eu não poderia concordar menos com essas duas expressões. Longe de mim querer criar uma polêmica, mas o livro me indignou tanto que tive que tirá-lo da minha casa no dia seguinte.

Isso posto, sou obrigada a dizer que a autora é realmente excelente. Porque não é qualquer autor que, primeiro, consegue me fazer ler um livro em quatro horas e segundo, ter tantas reações com uma história a ponto de me deixar pensando nela por tanto tempo com o mesmo sentimento de indignação e raiva.

Mas não me levem a mal. A história é muito boa, os personagens são cativantes e eu me vi torcendo demais por um final feliz, coisa que eu geralmente costumo não gostar. A narrativa da autora é rica e apaixonante, mas o final foi demais pra mim. Não é o fato de ter sido triste, porque eu costumo amar finais tristes. Mas acredito que a atitude do personagem fugiu muito dos meus princípios. E a apatia de todos os demais me deixou indignada.

Eu poderia me aprofundar nos detalhes e enumerar todas as razões pelas quais a escolha da autora por esse tipo de abordagem me fizeram quase dar apenas uma estrela pra esse livro, mas seria spoiler demais. Acredito que todos devam ler e tirar suas próprias conclusões.

Como eu me dei um tempo pra absorver os sentimentos, ficaram as duas estrelas atuais, pela narrativa e coragem da autora.

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Excesso de livros ou escassez de leitores?

Os dados sobre hábitos de leitura nos levam a um paradoxo. O Brasil apresenta uma produção de livros bastante razoável. Ao mesmo tempo, a média anual de livros lidos é muito baixa. Como explicar isso?

Em 2010 as editoras brasileiras publicaram quase 500 milhões de livros, um aumento de 23% em relação a 2009 – muito expressivo. O número de exemplares vendidos no mercado (livrarias, internet, porta em porta, etc.) cresceu 8,3%. Se incluirmos as vendas ao governo, o aumento foi de 13% (Censo do Livro, Fipe/CBL/Snel, 2011).

Ao mesmo tempo, fala-se que o brasileiro lê 1,8 livro não acadêmico por ano. Nos países desenvolvidos essa média é de 10 obras lidas. Na França são 25 livros por ano! Num estudo da Unesco realizado em 52 países, o Brasil ocupou a 47.ª posição.

Afinal, o que está havendo? Excesso de livros ou escassez de leitores?

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Todos os livros

bookssss

Ele gostava de todos os livros, porque adorava o simples ato de ler, a magia de transformar os rabiscos de uma página em palavras dentro da cabeça”.

. John Green in O Teorema Katherine .