Pensei em fazer um pedido… Mas não tinha nada para pedir.
As coisas vivas, pensei, as coisas vivas não precisam pedir”.. Caio Fernando Abreu in Onde Andará Dulce Veiga .
Mês: dezembro 2013
Retrospectiva Literária 2013
- A aventura que me tirou o fôlego: Inferno – Dan Brown
- O terror que me deixou sem dormir: A Ascensão do Governador – Robert Kirkman, Jay Bonansinga;
- O suspense mais eletrizante: O Caminho para Woodbury – Robert Kirkman, Jay Bonansinga
- O romance que me fez suspirar: O Lado Bom da Vida – Matthew Quick
- A saga que me conquistou: A Guerra dos Tronos – George R. R. Martin
- O clássico que me marcou: Romeu e Julieta – W. Shakespeare;
- O livro que me fez refletir: Quem é você, Alasca? – John Green;
- O livro que me fez rir: É Agora ou Nunca – Marian Keys
- O livro que me fez chorar: A Culpa é das Estrelas – John Green
- O livro de fantasia que me encantou: O Oceano no Fim do Caminho – Neil Gaiman;
- O livro que me decepcionou: Como eu era antes de você – Jojo Moyes
- O livro que me surpreendeu: O Tempo entre Costuras – Maria Dueñas;
- O thriller psicológico que me arrepiou: O Jogo do Exterminador – Orson Scott Card (Eu sei, é ficção-científica, mas também acho que se encaixaria nesse gênero e literalmente me arrepiou)
- O livro mais criativo: Animais Fantásticos & Onde Habitam – J. K. Rowling
- O melhor HQ: Fernando Pessoa e outros pessoas – Davi Fazzolari (em HQ, achei sensacional!)
- O infanto-juvenil que se superou: Quadribol através dos Séculos – J. K. Rowling
- O livro que mudou a minha forma de ver o mundo: O Jogo do Exterminador – Orson Scott Card
- A capa mais bonita: História Natural de Pablo Neruda – Vinícius de Moraes
- A frase que não saiu da minha cabeça:
Achávamos que éramos os únicos seres pensantes no Universo, até que encontramos vocês. Nunca sonhamos que o pensamento pudesse surgir em animais solitários que não são capazes de sonhar os sonhos uns dos outros”.. Orson Scott Card in O Jogo do Exterminador .
- O(a) personagem do ano: Fermín de O Prisioneiro do Céu – Carlos Ruiz Zafón
- O casal perfeito: Emma Woodhouse e George Knightley (Emma – Jane Austen)
- O(a) autor(a) revelação: John Green
- O melhor livro nacional: De amor e amizade – Clarire Lispector
- O melhor livro que li em 2013: O Jogo do Exterminador – Orson Scott Card
- Li em 2013: 58 livros.
- A minha meta literária para 2014 é: ler os livros que estão em minha estante. Ler mais clássicos, nacionais e obras com maior valor literário. (tive que
roubartilharda Angélica Roz, porque é exatamente isso!!)
Quem vence?
Eu sou o meu próprio espelho. E vivo de achados e perdidos. É o que me salva. Estou metida numa guerra invisível entre perigos. Quem vence? Eu sempre perco”.
. Clarice Lispector in Um Sopro de Vida .
Feliz Natal!
Desencontro das Palavras
Além disso, ainda não havia apreendido o grande desencontro das palavras – portanto não poderia comunicar-se de maneira adulta, posto que a maneira-adulta-de-comunicar-se trata-se de um constante dizer o que não se quer, pedir o que se tem e dar o que não se possui”.
. Caio Fernando Abreu in O Inventário do Ir-remediável .
Jornada
Em meio a dor e à felicidade da jornada que percorri nos últimos dois anos, eu aprendi a lição mais importante que a vida tem a oferecer e fico feliz por isso. Tudo o que temos é este instante”.
. Lucinda Riley in A Casa das Orquídeas .
Resenha: Uma Aprendizagem
Livro: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres
Autor(a): Clarice Lispector
Editora: Rocco
Páginas: 160
Nota: 5
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5– Adorei)
Este foi o primeiro romance de Clarice que eu li e confesso que amei logo de cara. A narrativa é simples e deliciosa e é impossível não se apaixonar pelas personagens tão extraordinarimanete criadas por Clarice. A história vai te envolvendo aos poucos e você se vê totalmente cativado pelas dúvidas e questionamentos de Lóri, a personagem principal, que está perdia pois não entende direito o que é “ser”.
Ulisses, seu namorado e professor de Filosofia, tenta ajudá-la a entender esse mistério e como é agradável o prazer de simplesmente existir. Durante todo o desenrolar da história, ele a desafia para refletir sobre os acontecimentos, rotineiros ou não, de sua vida e a ajuda a descobrir quem ela é, o que gosta, quais são as atitudes que lhe dão prazer, o que a desagrada.
Clarice propõe a reflexão sobre diversos conflitos emocionais e usa de uma liberdade de escrita maravilhosa, afinal uma das características famosas desse livro é que ele começa com uma vírgula e termina com dois pontos.
10.12 – 93º Aniversário de Clarice
Porque há o direito ao grito.
Então eu grito”.. Clarice Lispector in A Hora da Estrela .
Despropósitos
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãosA mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo
que carregar água na peneiraNo escrever o menino viu que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde
botando uma chuva nela.O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagense algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos”.
. Manoel de Barros in O Menino que Carregava Água na Peneira.