Feliz Ano Novo!

Pensei em fazer um pedido… Mas não tinha nada para pedir.
As coisas vivas, pensei, as coisas vivas não precisam pedir”.

. Caio Fernando Abreu in Onde Andará Dulce Veiga .

Retrospectiva Literária 2013

  • A aventura que me tirou o fôlego: Inferno – Dan Brown
  • O terror que me deixou sem dormir: A Ascensão do Governador – Robert Kirkman, Jay Bonansinga;
  • O suspense mais eletrizante: O Caminho para Woodbury – Robert Kirkman, Jay Bonansinga 
  • O romance que me fez suspirar: O Lado Bom da Vida – Matthew Quick
  • A saga que me conquistou: A Guerra dos Tronos – George R. R. Martin
  • O clássico que me marcou: Romeu e Julieta – W. Shakespeare;
  • O livro que me fez refletir:  Quem é você, Alasca? – John Green;
  • O livro que me fez rir: É Agora ou Nunca – Marian Keys 
  • O livro que me fez chorar: A Culpa é das Estrelas – John Green 
  • O livro de fantasia que me encantou: O Oceano no Fim do Caminho – Neil Gaiman;
  • O livro que me decepcionou: Como eu era antes de você – Jojo Moyes
  • O livro que me surpreendeu: O Tempo entre Costuras – Maria Dueñas;
  • O thriller psicológico que me arrepiou: O Jogo do Exterminador – Orson Scott Card (Eu sei, é ficção-científica, mas também acho que se encaixaria nesse gênero e literalmente me arrepiou)
  • O livro mais criativo: Animais Fantásticos & Onde Habitam – J. K. Rowling
  • O melhor HQ: Fernando Pessoa e outros pessoas – Davi Fazzolari (em HQ, achei sensacional!)
  • O infanto-juvenil que se superou: Quadribol através dos Séculos – J. K. Rowling
  • O livro que mudou a minha forma de ver o mundo: O Jogo do Exterminador – Orson Scott Card 
  • A capa mais bonita: História Natural de Pablo Neruda – Vinícius de Moraes

  • A frase que não saiu da minha cabeça:
Achávamos que éramos os únicos seres pensantes no Universo, até que encontramos vocês. Nunca sonhamos que o pensamento pudesse surgir em animais solitários que não são capazes de sonhar os sonhos uns dos outros”.
. Orson Scott Card in O Jogo do Exterminador .
  • O(a) personagem do ano: Fermín de O Prisioneiro do Céu – Carlos Ruiz Zafón
  • O casal perfeito: Emma Woodhouse e George Knightley (Emma – Jane Austen)
  • O(a) autor(a) revelação: John Green
  • O melhor livro nacional: De amor e amizade – Clarire Lispector
  • O melhor livro que li em 2013: O Jogo do Exterminador – Orson Scott Card 
  • Li em 2013: 58 livros.
  • A minha meta literária para 2014 é: ler os livros que estão em minha estante. Ler mais clássicosnacionais e obras com maior valor literário. (tive que roubartilhar da Angélica Roz, porque é exatamente isso!!)

Quem vence?

Eu sou o meu próprio espelho. E vivo de achados e perdidos. É o que me salva. Estou metida numa guerra invisível entre perigos. Quem vence? Eu sempre perco”.

. Clarice Lispector in Um Sopro de Vida .

Desencontro das Palavras

Além disso, ainda não havia apreendido o grande desencontro das palavras – portanto não poderia comunicar-se de maneira adulta, posto que a maneira-adulta-de-comunicar-se trata-se de um constante dizer o que não se quer, pedir o que se tem e dar o que não se possui”.

Caio Fernando Abreu in O Inventário do Ir-remediável .

Jornada

Em meio a dor e à felicidade da jornada que percorri nos últimos dois anos, eu aprendi a lição mais importante que a vida tem a oferecer e fico feliz por isso. Tudo o que temos é este instante”.

. Lucinda Riley in A Casa das Orquídeas .

Resenha: Uma Aprendizagem

Livro: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres
Autor(a): Clarice Lispector
Editora: Rocco
Páginas: 160

Nota: 5

(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

Este foi o primeiro romance de Clarice que eu li e confesso que amei logo de cara. A narrativa é simples e deliciosa e é impossível não se apaixonar pelas personagens tão extraordinarimanete criadas por Clarice. A história vai te envolvendo aos poucos e você se vê totalmente cativado pelas dúvidas e questionamentos de Lóri, a personagem principal, que está perdia pois não entende direito o que é “ser”.

Ulisses, seu namorado e professor de Filosofia, tenta ajudá-la a entender esse mistério e como é agradável o prazer de simplesmente existir. Durante todo o desenrolar da história, ele a desafia para refletir sobre os acontecimentos, rotineiros ou não, de sua vida e a ajuda a descobrir quem ela é, o que gosta, quais são as atitudes que lhe dão prazer, o que a desagrada.

Clarice propõe a reflexão sobre diversos conflitos emocionais e usa de uma liberdade de escrita maravilhosa, afinal uma das características famosas desse livro é que ele começa com uma vírgula e termina com dois pontos.

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Despropósitos

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos 

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.

Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira

No escrever o menino viu que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde
botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens

e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos”. 

Manoel de Barros in O Menino que Carregava Água na Peneira.