Resenha: Onde Estiveres de Noite


Livro:
 Onde Estiveres de Noite
Autor(a): Clarice Lispector
Editora:
 Rocco
Páginas: 96

Nota: 4
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

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Eu sempre fico receosa de iniciar uma resenha dos livros de Clarice Lispector. Primeiro porque sou fã incondicional da autora e depois porque não acho que possa jamais escrever nada que esteja à altura de seu talento e suas obras magistrais. As quatro estrelas dadas estão unicamente relacionadas ao fato de eu preferir seus romances, mas de forma alguma posso desmerecer a genialidade de seus textos. São dezessete e assim como Clarice, é difícil de classificar o gênero: se contos, crônicas, relatórios. Alguns inclusive foram retirados de seus romances.

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Resenha: Os Pinguins do Sr. Popper


Livro:
 Os Pinguins do Sr. Popper
Autor(a): Christopher Moore
Editora:
 Intrínseca
Páginas: 144

Nota: 5
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

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Esse livro é um encanto. Sei que sou suspeita pra escrever porque a história é sobre pinguins e pinguins são, do mundo inteiro, os animais mais fofos, interessantes, curiosos, engraçados e LINDOS! Já deu pra notar que eu amo pinguins? Pois é, sou super fã dessas aves curiosas.

Somado a esse pequeno detalhe, está o fato da narrativa ser ótima, incrivelmente encantadora como se fosse uma história contada pela vovó. E daquelas que fazem bolos e biscoitos pra comer com leite quentinho numa tarde chuvosa. É bem essa a sensação que tive ao ler esse livro. Os personagens são encantadores e os pinguins são um toque especial na história.

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Pensar dói.

Mas se não formos demasiado fúteis nem nos avaliarmos apenas pelo bolso e pelo físico, pode haver muita energia boa na maturidade. Alguns trabalhos cumpridos, ainda horizontes pela frente, sensação de que afinal podemos repensar muitas coisas.
Digo e repito sempre que quando se diz “pare um pouco pra pensar”, a reação é mais ou menos “parar pra pensar? nem pensar! se eu paro pra pensar, desmonto”.
Já comentei isso, e aqui, como outras coisas mais, retomo: porque me agrada, porque aqui me importa.
Então a gente não pensa: segue adiante, busca, luta, desperdiça tempo e alegria, as dores são surdas e insidiosas, perdemos o prumo, o rumo, a vida se vai e agora, e agora?
Uma distração qualquer, e a mão que se estende chega tarde, o pulso já fora cortado; por um fio, por um minuto, o avião havia partido, o telefone estava fora do gancho. Foi egoísmo nosso, futilidade, aridez? Descartamos o que não faz parte do nosso mundo. Porque somos perversos?
Porque somos humanos.
(Pensar dói).

Lya Luft in O Tempo é um Rio que Corre

Resenha: Deslembrança


Livro:
 Deslembrança
Autor(a): Cat Patrick
Editora: Intrínseca
Páginas: 250

Nota: 3
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

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Romance adolescente tem que ter uma história muito boa pra me cativar. E quando eu percebi que Deslembrança era adolescente eu já comecei a ler com muita desconfiança. Mas, Cat Patrick me envolveu. O livro tem história, é bem escrito e os personagens são cativantes.

London Lane, é uma jovem que todas as noites no mesmo horário perde toda a sua memória recente. Portanto ela não tem lembranças do seu passado, mas tem do seu futuro. No meio do dia, ou através de sonhos, London vê flashes de situações e cenas que ainda estão por vir. É confuso no início, mas depois de algumas páginas já fica fácil entender como o cérebro de London funciona. A interessante idéia narrativa da autora que começa quase todos os capítulos com as anotações de London do dia anterior, nos ajuda bastante com isso.

Além da idéia, que achei realmente original, há uma história triste e bem real que as lembranças futuras de London vão ajudar a desvendar. Não dá, é claro, pra dizer que é um livro com um super fundo moral, que te faz refletir e tudo mais. Mas perto da maioria dos livros que temos visto pipocar nas livrarias hoje em dia, sem nenhuma história, este tem o que contar. Como leitura de entretenimento vale a pena conhecer!

Colecionador

Não sou um colecionador autêntico. A vida inteira comprei livros simplesmente porque eles me agradavam. Numa biblioteca, gosto acima de tudo do disparate, da vizinhança de objetos díspares, que chegam a se opor, se confrontar”. 

. Jean-Claude Carrière in Não Contem com o Fim dos Livros .

Resenha: Maldito Karma


Livro:
 Maldito Karma
Autor(a): David Safier
Editora:
 Planeta do Brasil
Páginas: 288

Nota: 4
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

Engraçadíssimo!
Li esse livro em dois dias, porque é simplesmente impossível largar a leitura. Com uma narrativa irreverente e cativante, Safier nos traz uma história divertida e cheia de reviravoltas que te faz rir e chorar.

Kim é uma apresentadora de televisão que está no melhor momento de sua carreira. Vai ganhar um prêmio concorridíssimo e está sendo cortejada pelo mais charmoso colega de trabalho, muito embora seja casada e tenha uma linda filha. É nesse momento que sofre um acidente e morre de uma forma bastante inusitada: atingida por um banheiro espacial de uma estação russa!

Logo após sua morte, Kim se dá conta de continua vivendo mas não mais como humana. Ela renasce como uma formiga, devido a todo o mau karma que acumulou em sua vida egoísta: traiu seu marido, deixou de lado sua filha, mentiu e magoou colegas de trabalho, enfim. Ao vivenciar as experiências de um inseto, Kim vai ter que entender que é preciso acumular bom karma para sair dessa situação e de alguma forma, voltar a fazer parte da vida da filha e do marido que, só agora Kim começa a entender, são a razão de sua vida.

Não tem como não morrer de rir com as situações hilárias pela qual Kim passa em suas muitas vidas em busca de bom Karma. Assim como em algumas passagens você se sente extremamente angustiado e com vontade de ajudá-la a superar as adversidades. Além disso, durante sua hilária jornada, Kim conhece um amigo muito charmoso e engraçado que irá ajudá-la nessa trajetória. As notas de rodapé de Casanova são de chorar de rir e um deleite à parte.

Muito embora essa possibilidade de voltar a reencarnar como animais, fuja bastante daquilo em que acredito, o livro nos faz refletir sobre nossos valores e ações e o autor foi bastante criativo, acertando em cheio no tom da narrativa e cativando o leitor.

Recomendo a leitura!

Resenha: Marina


Livro:
 Marina
Autor(a): Carlos Ruiz Zafón
Editora:
 Suma de Letras
Páginas: 189

Nota: 5
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

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Marina é o terceiro romance que leio de Zafón, embora tenha sido escrito antes de “A Sombra do Vento”, meu favorito e “O Jogo do Anjo”. Acredito que a essa altura eu já possa falar do autor com um pouco mais de profundidade e não há como não ser só elogios. A narrativa é simplesmente arrebatadora e te consome logo nas primeiras linhas. As histórias contadas por ele, são daquelas que, mesmo quando não se está com os livros na mão, ficam assaltando os pensamentos.

O que me impressiona é a incrível habilidade nas descrições das ruas, casarões, cemitérios e cenários infindos e maravilhosos nos quais parecemos mergulhar e fazer parte durante a leitura. Além da vontade imensa de conhecer pessoalmente. Eu jamais conseguirei ir a Barcelona (se algum dia, for mesmo) sem querer procurar o cemitério de Sarriá, ou o Cemitério dos Livros de “A Sombra do Vento”. Zafón tem esse dom de instigar a curiosidade e o prazer pelo conhecimento.