Resenha: Que farei com este livro?


Livro:
 Que Farei com Este Livro?
Autor(a): José Saramago
Editora:
 Cia. das Letras
Páginas: 232

Nota: 4
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

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Definitivamente eu sou fã de Saramago. Até mesmo no gênero teatro, que não é o meu forte, ele conseguiu me cativar. Confesso que a leitura das três peças que compõe esse livro foi mais simples e agradável para mim. Acredito que isso se deva aos longos e poéticos, embora não tão poéticos quanto Shakespeare, diálogos e conversas ao longo das três incríveis histórias. Copiei lindas citações e embora o tema, político e ao mesmo tempo existencial, também não seja dos meus favoritos, a leitura fluiu e só confirmou a habilidade do autor português.

A primeira peça, chamada “Que farei deste livro?” trata do retorno de Luís de Camões das Índias com seus escritos, Os Lusíadas. Na obtusa Inquisição e medíocre corte de Lisboa da época, Camões tem que negociar a permissão para publicar a sua obra, que veio a se tornar a amior da língua portuguesa. Gostei bastante dessa primeira peça, e foi das três a que li com maior interesse. Os diálogos são ótimos, afiados e cativam o leitor.

“A noite”, segunda peça do livro, relata a noite de 24 para 25 de abril de 1974 quando se inicia a Revolução dos Cravos. Com sua habilidade e ironia, Saramago nos faz experimentar o impacto imediato que a Revolução tem sobre a redação de um grande jornal. São relatados nesta, a rotina de uma redação com seus conflitos internos, pequenas revoltas, afetos, bajulações e conveniências. Os diálogos são ainda mais afiados, nesta, e não há como não querer saber como tudo vai terminar.

Em, “A Segunda Vida de Francisco de Assis”, o próprio volta à terra nos dias de hoje e encontra sua ordem transformada numa empresa gigantesca e lucrativa. Das três, foi a que achei mais original e que li com maior interesse. O texto todo é uma luta entre a razão e a força, mostrando bem o capitalismo, as chefias, a política, a valorização e desvalorização dos produtos e das pessoas. E a eterna luta de Francisco, que termina a peça dizendo: “Agora vou lutar contra a pobreza. É a pobreza que dever ser eliminada do mundo. A pobreza não é santa. Tantos séculos para compreender isto”.

Gostei muito da leitura deste livro, embora não consiga ainda dar cinco estrelas para este gênero literário.

Leitura recomendada!

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