TODOS merecem amor na mesma medida!

Roubartilhei daqui:

Uma das maiores críticas ao regime nazista foi o seu ideal de uma raça humana pura e perfeita, busca esta que gerou até mesmo políticas estatais para sua efetivação. As pessoas criticam esta perspectiva enquanto à cultivam em relação aos animais. É lição de pré-escola que o homem é um animal; racional, diz-se. O que torna o homem um animal diferente dos outros é a sua própria opinião. Aos olhos de Deus tudo é sua criação e tudo vem da mesma fonte primordial espiritual. Os animais humanos repudiam a política que trabalhe em busca de uma raça humana pura e perfeita, enquanto, por vários motivos, vangloriam este mesmo ideal em relação aos animais. As pessoas não acham que uma pessoa é melhor que a outra por sua etnia, mas acham que um cachorro é melhor que outro por sua raça.

Esta incoerência se torna mais tola ainda quando as pessoas acham que um animal merece mais Amor que o outro por ser de raça, assim como as pessoas que pretendem adotar uma criança e pensam que devem escolher um ser humano para entrar suas famílias passeando por uma ala e olhando qual mais lhe agrada aos olhos. Esta é a ilusão da qual as pessoas são prisioneiras, a ilusão dos sentidos, que faz apenas do que os sentidos físicos podem perceber a sua realidade e fazem da sua realidade uma vivência de um amor paralítico, que quer o que é mais fácil, o que agrada aos olhos, porque não conseguem conectar-se à essência de todas as coisas; das pessoas que querem o cachorro de raça porque a sua realidade de amar é aleijada e não conseguem fazer o que está dentro de si amar o que está dentro do vira-lata.

A vida na matéria existe para o espírito aprender lições e tudo que é fácil demais deve ser observado com cautela. O Amor também é uma lição. A lição do Amor incondicional, que é o Amor de Deus e é o caminho para a evolução espiritual. Amar o que é fácil é fácil. Todos conseguem o que é fácil e não há méritos em alcançar o que é fácil, assim como alcançar o que é esperado na vida não diz coisa alguma. A graça da vida não é o que se consegue quando todas as circunstâncias favorecem a conseguir algo, mas o que se consegue quando nada favorecia a isso. Na vida também se aprende a amar, seja pelo despertar da consciência, o que pode ser feito simplesmente pela empatia desenvolvida, compreendendo o outro, ou pelo outro caminho, passando pelo que o outro passou para entender como é.

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Planeta Água

Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população

Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos

Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d’água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas na inundação

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra

Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água ♫

. Guilherme Arantes .

30.07 – 200º Aniversário de Emily Brönte

[seu caráter possuía] uma peculiar combinação de timidez e coragem espartana… Era dolorosamente introspectiva, mas no aspecto físico surpreendia por sua coragem. Amava poucas pessoas, mas a essas poucas dedicava um amor capaz de grandes sacrifícios, terno e devotado. em relação às fraquezas alheias, era compreensiva e pródiga no perdão, mas sobre si mesma mantinha uma vigília contínua e austera, nunca se permitindo desviar por um instante do que julgava ser sua obrigação”.

. Eva Hope in Rainhas da Literatura Vitoriana (1871) .

Embriaga-te

Santiago, Chile e seus encantos! #tbt

Deve-se estar sempre bêbado. É a única questão. 
A fim de não se sentir o fardo horrível do tempo, 
que parte tuas espáduas e te dobra sobre a terra. 

É preciso te embriagares sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude?
A teu gosto, mas embriaga-te.

E se alguma vez sobre os degraus de um palácio, 
sobre a verde relva de uma vala, 
na sombria solidão de teu quarto, 
tu te encontrares com a embriaguez já minorada ou finda, 

peça ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, 
a tudo aquilo que gira, a tudo aquilo que voa, 
a tudo aquilo que canta, a tudo aquilo que fala, a tudo aquilo que geme. 

Pergunte que horas são. E o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, 
o relógio, te responderão. 
É hora de se embriagar!!!

Para não ser como os escravos martirizados pelo tempo, embriaga-te. 
Embriaga-te sem cessar. 
De vinho, de poesia ou de virtude.
A teu gosto”.

. Charles Baudelaire (1821-1867) .

Resenha: Entrevista com Vampiro

Livro: Entrevista com Vampiro
Autor(a): Anne Rice
Editora:
 Rocco
Páginas: 334

Nota: 4
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

Bom, eu não gosto de Vampiros. Li a coleção da Stephenie Meyer mais por não ficar de fora das conversas, do que por gosto realmente. Acho que também é por isso que gostei mais do livro Lua Nova que de todos os outros. Lobos são mais aceitáveis. Não sei bem qual é o problema com os vampiros, mas não gosto. Quando terminei de ler Amanhecer, prometi que não ia ler mais nenhum, que minha cota vampiresca estava acabada pelo resto de minha vida.

Mas, decidi abrir uma exceção para Anne Rice, afinal não podia basear minhas leituras vampirescas apenas nos livros da Meyer. Fiquei feliz de ter feito isso. O livro de Anne Rice me cativou logo no início. Narrativa apaixonante e super poética. Adorei o Vampiro Louis desde o princípio, seu lado mais humano que imortal, seus sentimentos, seus pensamentos, sua bondade e compaixão totalmente atípicos de sua natureza.

E Lestat. A figura lendária que é Lestat. Eu o admirei e odiei durante toda a leitura. Suas respostas às perguntas incessantes de Louis (e mais a frente na narrativa, de Cláudia) seriam cômicas se não fossem trágicas. Uma figura em forma de Vampiro. A morte em suas milhões de facetas.

Mas o que realmente gostei no romance de Rice (e nem dá pra comparar aos romances de Meyer, pq são totalmente diferentes) é que os Vampiros são maus. Sua natureza é assassina, cruel, desumana e insensível. Mesmo Louis, que lutou durante o livro todo contra isso, teve seus momentos totalmente vampirescos.

Os personagens pareciam reais. Reais demais a ponto de me deixar com medo e de me fazer virar o rosto em certas cenas. Agora, preciso desesperadamente ver o filme. E talvez (mas só talvez, eu leia outro livro de Rice: O vampiro Lestat). E aí sim, será o fim dos Vampiros pra mim. Fecharei a cota com chave de ouro. Leitura recomendada!

Meia Lágrima

“Não,
a água não me escorre
entre os dedos,
tenho as mãos em concha
e no côncavo de minhas palmas
meia gota me basta.

Das lágrimas em meus olhos secos,
basta o meio tom do soluço
para dizer o pranto inteiro.

Sei ainda ver com um só olho,
enquanto o outro,
o cisco cerceia
e da visão que me resta
vazo o invisível
e vejo as inesquecíveis sombras
dos que já se foram.

Da língua cortada,
digo tudo,
amasso o silencio
e no farfalhar do meio som
solto o grito do grito do grito
e encontro a fala anterior,
aquela que emudecida,
conservou a voz e os sentidos
nos labirintos da lembrança”.

. Conceição Evaristo in Poemas da Recordação e outros Movimentos .

Compulsão Patológica

Tenho. Descobri quando fui tirar uma foto que postei inclusive aqui, das edições do meu livro favorito: O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Brönte e descobri que eram 18!! 18 edições diferentes do mesmo livro. Porquê… SIM. Porquê eu amo, e, pior… Não consigo ver uma edição nova e que eu não tenha e não comprar. Recentemente participei de um Seminário em Santiago, Chile e o que aconteceu? Tive que comprar uma edição em espanhol, já que ainda não tinha nessa língua.

Mas também não é QUALQUER edição que eu saio comprando. Tem que ser bonita, bem diagramada, diferente. Não é um papel de jornal que vai me conquistar 😛 Ou seja, já estou na etapa final da compulsão patológica que Mindlin, bibliófilo brasieliro, explicou bem melhor do que eu jamais faria:

Roubartilhei daqui:

A relação dos homens com os livros, em particular a dos bibliófilos, aqueles que por eles se apaixonam, passa por três estágios. Primeiro, os homens pensam que conseguirão ler um número de livros maior do que de fato é possível. Num segundo estágio, consequência imediata do primeiro, passam a desejar ter em mãos o maior número possível de obras dos autores de quem gostam. Num terceiro momento, já siderados, surgem o interesse pelas primeiras edições, geralmente raras, e a atração pelo livro como objeto de arte. Esta última fase é definida pelo mais célebre bibliófilo brasileiro, o empresário paulista José Mindlin, como perdição.

Quando se chega a esse estágio, aquele que pensava em ser na vida apenas um leitor metódico está irremediavelmente perdido”.

Confessa Mindlin. A patologia – doce patologia – está instalada em definitivo. Essa tese é defendida logo na abertura de “Uma Vida entre Livros – reencontros com o tempo.

Primeiro se começa com as edições comuns. Depois vem o interesse pelo livro bonito, com ilustrações e bem diagramados. A próxima é a busca das primeiras edições de um determinado título. Passa-se, então, a procurar exemplares autografados. A última etapa é a consciência da raridade. E aí você está definitivamente perdido.

Com toda certeza já estou DEFINITIVAMENTE perdida! ❤

Resenha: O Pálido Olho Azul

Livro: O Pálido Olho Azul
Autor(a): Louis Bayard
Editora:
 Planeta do Brasil
Páginas: 432

Nota: 4
(sendo: 1- Não gostei 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5Adorei)

Para aqueles que gostam de um bom triller de suspense e mistério, O Pálido Olho Azul é um prato cheio. Sua história acontece no século XIX e é surpreendentemente bem narrada por Bayard que ainda soma a excentrica pessoa de Edgar Alan Poe à trama, o que dá um toque especial à história.

Um corpo é encontrado na tradicional Academia de West Point pendurado em uma árvore por uma corda não curta o bastante o que mantia os pés do cadete apoiados no chão. Não bastando, seu coração fora arrancado. Seria um suicidio seguido da cruel agressão de seu corpo, ou um sórdido assassinato? Para desvendar esse mistério, August Landor, um renomado detetive, é chamado a serviço da Academia. Landor nomeia como seu ajudante nada mesmo que Poe e é então que a busca pela verdade se inicia.

A história é fascinante e a narrativa de Bayard, totalmente desprovida de sentimentalismo, torna tudo muito real. Fiquei impressionada com a linguagem usada no livro que parece reviver o século em que se passa a história. Sem contar que o relacionamento de Poe e o detetive Landor foi muito bem elaborado mantendo o interesse do leitor preso na história.

Leitura recomendada!

Inteligência Poderosa

Painting of Emily Jane Brönte.

Ela devia ter nascido homem – um grande navegador. Sua inteligencia poderosa teria produzido novas esferas de descoberta a partir do conhecimento acumulado pelas antigas; e sua vontade férrea jamais teria se acovardado por qualquer oposição ou dificuldade, nunca teria desistido, a não ser em caso de morte. Tinha cabeça para lógica e uma capacidade de argumentação pouco usual em um homem, que dirá em uma mulher. Contrabalançando esse dom, havia sua teimosa tenacidade, que a tornava impermeável a qualquer contra-argumentação, sempre que seus próprios desejos e senso de justiça estavam em jogo.

Constantin Héger
Emily
deixou uma forte impressão no famosos pedagogo belga. Embora contaminado pelo preconceito da época contra o potencial das mulheres como escritoras e intelectuais, sua admiração fica evidente no depoimento que deixou sobre a jovem.
(Rodrigo Lacerda na Apresentação de O Morro dos Ventos Uivantes da Editora Zahar)