Ah, o que falar desse evento? É maravilhoso demais, podem dizer as más línguas o que quiserem, é um local mágico de encontro de leitores, autores, profissionais da área (me incluo, bibliotecária com orgulho ❤ ), e muitas trocas de experiências, conhecimento, olhares, enfim… A Bienal do Livro é um momento que proporciona muita interação nesse mundo literário e eu fico sempre muito feliz de ver aquele galpão lotado de gente em busca de cultura, conhecimento, e aprendizado para a vida! Tem atrações para todas as idades, gêneros literários para todos os gostos, e muita, muita promoção desta vez. Vamos quebrar a ideia de que livro na Bienal é mais caro que na internet? Vou mostrar minhas aquisições:
1. A Rosa de Sarajevo – Margaret Mazzantini
(Internet: R$37,90 a R$55,90 – Bienal: R$10,00)
O libertário poeta bósnio Gojko, a metódica italiana Gemma e seu grande amor, o fotógrafo Diego, encontram-se pela primeira vez na antiga Iugoslávia na metade da década de 1980. Parecia impossível, a poucos anos da onda de mudanças que poria um ponto final aos regimes comunistas do Leste europeu, enxergar a ciranda de violência e convulsão política que ocuparia Sarajevo entre 1992 e 1995. Mas foi exatamente isso o que aconteceu.
No plano pessoal, Gemma e Diego travam sua própria batalha. Não conseguindo ter um filho, perambulam entre clínicas de fertilidade e barrigas de aluguel. Até que Diego retorna a Sarajevo no auge da barbaridade da guerra, quando atiradores disparavam contra civis indefesos apenas por diversão. Seu gesto, que num primeiro momento poderia soar como tresloucado, transforma para sempre a sua biografia e a de Gemma.
Mais de uma década depois, casada com o militar Giuliano e com uma vida inteiramente diversa, Gemma desembarca em Sarajevo com seu filho adolescente. Diego está morto, a guerra ainda expõe suas cicatrizes pela cidade, Gojko também está mudado. Mas o passado insiste em reaparecer neste romance surpreendente em que os amores, a intimidade e os acontecimentos mundiais são observados com lirismo e expostos com notável energia narrativa.
2. Dormindo com o Inimigo – Hal Vaughan
(Internet: R$39,53 a R$43,52 – Bienal: R$10,00)
Em plena Segunda Guerra Mundial, a célebre estilista francesa Coco Chanel foi incumbida de uma missão secreta. Ela deveria usar sua influência entre a elite britânica para arquitetar uma trégua entre alemães e ingleses. A relação entre a dama da alta costura francesa e o nazismo é explicada por meio do seu envolvimento com Hans Günther von Dincklage, apontado como agente da Gestapo, a inteligência nazista. A biografia Dormindo com o Inimigo – A Guerra Secreta de Coco Chanel joga luz sobre o período considerado obscuro da vida da estilista, durante o qual viveu com o amante alemão numa suíte do hotel Ritz, em Paris. Em resposta ao lançamento do livro nos Estados Unidos, a grife Chanel emitiu um comunicado para ressaltar o caráter pacificador da participação da estilista na Segunda Guerra Mundial. Trechos do livro, porém, justificam o antissemitismo de Chanel como uma tentativa de se apoderar dos bens de seus sócios judeus nas vendas do perfume Chanel nº 5.
3. Box Para Amar: Graciliano Ramos e Clarice Lispector – Ivan Marques e Emilia Amaral
(Internet: R$16,99 a R$21,90 – Bienal: R$11,98)
Ivan Marques desdobra e analisa as principais marcas literárias de Graciliano, mostrando, a partir de fragmentos extraídos de diversas obras, como elas estão presentes no texto do autor, para que você, leitor, possa compreender melhor a arte de sua escrita. A leitura dos romances se tornará, assim, uma experiência mais intensa e profunda, para você amar, ainda mais, Graciliano Ramos.
Emilia Amaral desdobra e analisa as principais marcas literárias de Clarice, mostrando, a partir de fragmentos extraídos de diversas obras, como elas estão presentes no texto, para que você, leitor, possa compreender melhor a arte de sua escrita.
4. Todas as Crônicas: Clarice Lispector – Pedro Karp Vasquez
(Internet: R$80,90 a R$89,90 – Bienal: R$71,92)
Reunião definitiva da extensa produção de Clarice Lispector para jornais, Todas as crônicas apresenta pela primeira vez em volume único toda a obra cronística da autora de A hora da estrela. A coletânea traz as colaborações de Clarice para veículos como Jornal do Brasil, Última hora e revista Senhor, incluindo 120 textos inéditos em livro, além das crônicas anteriormente publicadas nas coletâneas A descoberta do mundo e Para não esquecer. Todas as Crônicas permite uma apreciação completa da atividade da autora como cronista. A obra está dividida em três partes: a primeira corresponde ao período do Jornal do Brasil, contendo material que não havia sido publicado na coletânea A Descoberta do Mundo; a segunda engloba as colaborações com outros veículos de imprensa, muitas delas inéditas em livro; a terceira recupera esparsos do livro Não esquecer. A organização da coletânea ficou a cargo do editor Pedro Karp Vasquez, a partir de pesquisa textual de Larissa Vaz. O livro traz ainda prefácio assinado pela escritora Marina Colasanti.
5. A Divina Comédia: Inferno, Purgatório e Paraíso – Dante Alighieri [Editora 34]
(Internet: R$68,60 a R$98,90 – Bienal: R$58,50)
Dante relata sua viagem pelos três reinos do outro mundo: o Inferno, o vale doloroso onde termina o ser humano a partir do momento que ele se recusa a seguir a ´verdadeira via´, a da razão e da virtude. O Purgatório, montanha alta e escarpada, que se eleva do grande oceano do hemisfério inferior e o Paraíso, onde a beatitude é descrita e representada. A Divina Comédia é antes de mais nada, um testemunho de uma época no qual o homem deveria viver em conformidade e harmonia com a vontade divina. Edição bilíngüe – Tradução de Italo Eugenio Mauro – Prêmio Jabuti Melhor Tradução 2000.
5. Coração Granada – João Doederlin
(Internet: R$23,78 a 27,90 – Bienal: R$24,00)
Combinando novos ressignificados e poemas, @akapoeta apresenta textos de sensibilidade e poesia. Segundo o autor, o amor (correspondido ou não) mexe com nossa alma e nosso corpo. A ansiedade, quando nos toma de assalto, também. Outro ponto em comum: os dois fizeram e continuam fazendo artistas de todos os tipos produzirem criações capazes de gerar reflexão e também de dar sentido ao que, muitas vezes, parecia já não ter.
É o caso de @akapoeta, pseudônimo de João Doederlein, neste seu segundo livro. Nele, o escritor fala de paixões e crises de ansiedade e da relação entre ambas, com a mesma delicadeza que transformou a sua obra de estreia, ‘O livro dos ressignificados’.
6. A Garota do Lago – Charlie Donlea
(Internet: R$21,40 a 29,03 – Bienal: R$19,00)
Summit Lake, uma pequena cidade entre montanhas, é esse tipo de lugar, bucólico e com encantadoras casas dispostas à beira de um longo trecho de água intocada.
Duas semanas atrás, a estudante de direito Becca Eckersley foi brutalmente assassinada em uma dessas casas. Filha de um poderoso advogado, Becca estava no auge de sua vida. Atraída instintivamente pela notícia, a repórter Kelsey Castle vai até a cidade para investigar o caso.
E LOGO SE ESTABELECE UMA CONEXÃO ÍNTIMA QUANDO UM VIVO CAMINHA NAS MESMAS PEGADAS DOS MORTOS…
E enquanto descobre sobre as amizades de Becca, sua vida amorosa e os segredos que ela guardava, a repórter fica cada vez mais convencida de que a verdade sobre o que aconteceu com Becca pode ser a chave para superar as marcas sombrias de seu próprio passado…
6. O Casamento – Victor Bonini
(Internet: R$29,90 a 44,90 – Bienal: R$22,00)
Para os noivos é o dia mais importante de suas vidas. Meses atrás, os amigos diriam que o namoro de Plínio e Diana tinha prazo de validade. Eles se conheceram de um jeito bizarro, pensam completamente diferente e nenhuma das famílias aprova o relacionamento. Mas eles resistiram a tudo. E agora vão se casar. Para o detetive é a melhor chance de pegar um criminoso. O mais íntegro dos convidados esconde um segredo devastador. Mas alguém sabe e está disposto a espremê-lo com chantagens. É então que o detetive Conrado Bardelli se hospeda no hotel-fazenda onde ocorrerá o casamento. Ele precisa descobrir o lobo entre as ovelhas. E rápido. Pois, a cada nova ameaça, o chantagista eleva o tom e falta pouco para a bomba explodir. O casal está pronto para o sim. A noiva se prepara para caminhar pelo tapete vermelho. Até que alguém diz: não saia do carro! Enquanto a plateia espera ansiosa em frente ao altar, algo brutal acontece na antessala. Só quando veem as paredes lavadas com sangue é que os convidados se rendem ao desespero. Começa uma confusão para interromper a marcha nupcial e chamar a polícia. Ninguém sabe o que fazer. E Bardelli, que lidava com um caso de extorsão, descobre que se meteu em algo muito pior. Agora, ele é o único capaz de encontrar respostas. O problema é que as mortes não param de acontecer…
7. Colega de Quarto – Victor Bonini
(Internet: R$29,53 a 39,90 – Bienal: R$20,00)
Eric Schatz, carioca que se mudou para São Paulo por conta do curso universitário, começa a perceber indícios de que há mais alguém frequentando o seu apartamento.
Primeiro, um par de chinelos.
Então, uma outra escova de dentes. Um micro-ondas que é ligado sozinho durante a noite, barulhos estranhos a qualquer hora e luzes que se apagam de modo misterioso.
Até que, em determinada noite, Eric enxerga o vulto do colega de quarto entrar em seu apartamento pela porta da frente.
Desesperado, o rapaz vai atrás de um detetive particular, mas parece ser tarde demais. Em menos de 24 horas, tudo acontece de modo acelerado e depois de uma ligação desesperada, cortada abruptamente, Eric despenca da janela do seu apartamento.
Em seu livro de estreia, o autor nos apresenta uma história urbana de tirar o fôlego. Um mistério que passa por uma relação familiar complicada, suspeitas por todos os lados, e camadas e camadas de culpados. Há alguém inocente?
8. BOX Grandes Obras de Tolstói – Leon Tolstói
(Internet: R$64,99 a 116,91 – Bienal: R$43,00)
O box Grandes obras de Leon Tolstói traz quatro clássicos da literatura mundial, em três volumes: Ana Karenina; Ressurreição; A morte de Ivan Ilitch e Senhores e servos.
Em ‘Ana Karenina’, considerado um dos melhores romances já escritos, Tolstói elabora um tratado sobre moral, infidelidade e amor, bem como uma exposição dos valores da aristocracia russa do fim do século XIX.
8. BOX Segundo Sexo – Simone Beauvoir
(Internet: R$72,95 a 121,91 – Bienal: R$64,16)
O segundo sexo foi publicado originalmente em 1949 e consagrou Simone de Beauvoir na filosofia mundial. A obra, no entanto, não ficou datada e tornou-se atemporal e definitiva. Este boxe traz a divisão original em dois volumes. No primeiro volume, a autora aborda os fatos e os mitos da condição da mulher numa reflexão fascinante. Já no segundo, Simone de Beauvoir analisa a condição da mulher em todas as suas dimensões: sexual, psicológica, social e política. Uma obra fundamental, que inaugurou um novo modelo de pensamento sobre a mulher na sociedade.
9. A Escolha do Soldado O’Hara – Leon Uris
(Internet: R$34,90 a 55,90 – Bienal: R$10,00)
Nos anos seguintes à Guerra Civil americana, Zachary O’Hara, que pertence à primeira geração irlando-americana e filho de um lendário fuzileiro naval, tenta convencer o secretário da Marinha dos Estados Unidos de que o Corpo de Fuzileiros Navais é imprescindível para a proteção e segurança do país. Ao mesmo tempo que tenta se livrar do peso secreto que leva no coração, se empenhará em salvar a corporação e dessa forma consolidar sua carreira militar.
No entanto, há um obstáculo inesperado no caminho de O’Hara. Amanda Blaton Kerr, filha de um impiedoso industrial, é uma mulher com uma missão pessoal. Apaixonada por O’Hara, obstinada e com uma inteligência aguda, é uma herdeira decidida a abrir novos caminhos para as mulheres.
10. O Homem mais Procurado – John Le Carrè
(Internet: R$27,30 a 50,92 – Bienal: R$10,00)
Após o 11 de Setembro, Hamburgo tornou-se uma cidade suspeita, pois acolhera alguns dos autores do atentado. Na calada da noite, um jovem checheno faminto entra clandestinamente na cidade. Em uma bolsa pendurada ao pescoço esconde uma quantia incontável de dinheiro. É um muçulmano devoto e afirma chamar-se Issa. Determinado a lidar com o imigrante apenas para manter em segredo as conexões imorais do pai, o banqueiro Tommy Brue descobre na advogada Annabel, uma alemã que decide salvar Issa da deportação, uma aliada, e ambos se unem para defender Issa, acusado de colaborar com o terrorismo.
·Considerado pela mídia internacional o melhor romance de John le Carré.
·Um dos autores de maior destaque internacional. Diversos títulos foram adaptados para as telas, entre eles O jardineiro fiel e O espião que sabia demais.
11. Conselhos Amorosos de Emily Brönte – Anne Donovan
(Internet: R$18,90 a 48,90 – Bienal: R$10,00)
Não existe tédio da família O’Connell. Fiona, entre seu irmão quieto e suas irmãs gêmeas maldosas não consegue ver graça em sua vida. Mas sua rotina está prestes a mudar para sempre. Em apenas um dia sua família passará por situações devastadoras, trazendo mudanças, novos relacionamentos e verdades. Sempre com a mente em sua ídola, Emily Brontë, Fiona agora precisa tomar decisões que mudarão a sua vida.
12. Becky Bloom ao Resgate – Sophie Kinsela
(Internet: R$22,50 a 47,90 – Bienal: R$10,00)
A consumista mais carismática de todos os tempos está de volta em uma missão de resgate – com muitas encrencas e confusões, claro!
Hollywood se mostrou cheia de surpresas, mas agora Becky Brandon (nascida Bloomwood), Luke e a filhinha deles, Minnie, junto com Suze, sua nova melhor amiga (só que não), Alicia, sua mãe, Jane, e a melhor amiga dela, Janice, resolveram embarcar em uma road trip até Las Vegas (em um trailer, porque a tarefa deles é muito importante, então eles precisam ficar o tempo todo juntos, para facilitar a comunicação). Isso tudo porque o pai de Becky sumiu deixando apenas um bilhete dizendo que precisava “consertar uma coisa” e reparar uma injustiça causada a um velho amigo. Jane, é claro, está histérica. Suze também não fica atrás. Ela surtou porque Tarquin, seu marido, foi junto, e agora ela acha que o Lorde de Letherby Hall corre um grande perigo, pois Bryce – o bonitão do Golden Peace, de Los Angeles – está tentando fazer uma lavagem cerebral nele para arrancar o dinheiro da família. Determinada a descobrir o paradeiro do pai, a consumista mais querida de todos os tempos apostará todas as suas fichas em um plano ousado, que poderá trazer à tona um grande mistério do passado. Mas será que essa estratégia mirabolante será capaz de salvar sua família e seus amigos quando eles mais precisam dela?
13. Casos de Família – Ilana Casoy [com autógrafo ❤ ]
(Internet: R$49,32 a 50,85 – Bienal: R$40,00)
O assassinato do casal Richthofen e de Isabella Nardoni foram reunidos em um só livro e trazem novos detalhes observados por quem estava nos bastidores. A criminóloga Ilana Casoy, em CASOS DE FAMÍLIA: ARQUIVOS RICHTHOFEN E ARQUIVOS NARDONI, abre pela primeira vez seus cadernos de anotações utilizados durante a pesquisa na Polícia Civil, Científica e Ministério Público dos dois crimes, tudo isso com a qualidade quase psicopata de edição, uma marca registrada de todos os títulos da DarkSide® Books.
14. Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido – José Saramago
(Internet: R$30,14 a 38,60 – Bienal: R$10,00)
Com esta obra, José Saramago retorna ao teatro, gênero que não revisitava desde In Nomine Dei, de 1993. E essa volta acontece em grande estilo, já que o escritor português decidiu recontar a seu modo um dos mais importantes e conhecidos enredos da história da literatura, o de Don Juan, o implacável sedutor. Trata-se de um personagem presente na obra de inúmeros autores, com Tirso de Molina, Molière, Hoffman, Byron e Pushkin. O texto servirá, posteriormente, de base para o libreto de uma ópera do italiano Azio Corghi, a ser encenada no Teatro allá Scala, em Milão. Nesta peça, Saramago continua seu projeto literário de desestabilizar lugares-comuns e mostrar que nem tudo é o que parece ser. Nela, o seu alvo mais evidente é o da noção do pecado – ou melhor, dos atos humanos considerados pecaminosos. É por isso que o protagonista afirma: “A terra é toda ela um sepulcrário, é mais a gente que se encontra debaixo do chão que aquela que em cima dele ainda se agita, trabalha come, dorme e fornica. Parece que os anos que viveste não te ensinaram muito, estátua. A morte dos malvados não é para o inferno que se abre, mas para a impunidade. Ninguém poderá ferir-te nem ofender-te se já estás morto.”
15. As Intermitências da Morte – José Saramago
(Internet: R$33,45 a 47,90 – Bienal: R$26,76)
“Não há nada no mundo mais nu que um esqueleto”, escreve José Saramago diante da representação tradicional da morte. Só mesmo um grande romancista para desnudar ainda mais a terrível figura. Apesar da fatalidade, a morte também tem seus caprichos. Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer. E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico logo se revela um grave problema. Idosos e doentes agonizam em seus leitos sem poder “passar desta para melhor”. Os empresários do serviço funerário se vêem “brutalmente desprovidos da sua matéria-prima”. Hospitais e asilos geriátricos enfrentam uma superlotação crônica, que não pára de aumentar. O negócio das companhias de seguros entra em crise. O primeiro-ministro não sabe o que fazer, enquanto o cardeal se desconsola, porque “sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja”. Um por um, ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o cotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. Então, o que vai ser da nação já habituada ao caos da vida eterna? Ao fim e ao cabo, a própria morte é o personagem principal desta “ainda que certa, inverídica história sobre as intermitências da morte”. É o que basta para o autor, misturando o bom humor e a amargura, tratar da vida e da condição humana.
16. Ensaio sobre a Cegueira – José Saramago
(Internet: R$34,90 a 47,90 – Bienal: R$31,92)
Uma terrível “treva branca” vai deixando cegos, um a um, os habitantes de uma cidade. Com essa fantasia aterradora, Saramago nos obriga fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu.
Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma “treva branca” que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.
O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar “a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam”. José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti. Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: “uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos”.
17. Ensaio sobre a Lucidez – José Saramago
(Internet: R$37,90 a 50,90 – Bienal: R$30,32)
Numa manhã de votação que parecia como todas as outras, na capital de um país imaginário, os funcionários de uma das seções eleitorais se deparam com uma situação insólita, que mais tarde, durante as apurações, se confirmaria de maneira espantosa. Aquele não seria um pleito como tantos outros, com a tradicional divisão dos votos entre os partidos “da direita”, “do centro” e “da esquerda”; o que se verifica é uma opção radical pelo voto em branco. Usando o símbolo máximo da democracia – o voto -, os eleitores parecem questionar profundamente o sistema de sucessão governamental em seu país.
É desse “corte de energia cívica” que fala “Ensaio sobre a Lucidez”. Não apenas no título José Saramago remete ao seu “Ensaio Sobre a Cegueira”: também na trama ele retoma personagens e situações, revisitando algumas das questões éticas e políticas abordadas naquele romance.
Ao narrar as providências de governo, polícia e imprensa para entender as razões da “epidemia branca” – ações estas que levam rapidamente a um devaneio autoritário -, o autor faz uma alegoria da fragilidade dos rituais democráticos, do sistema político e das instituições que nos governam. O que se propõe não é a substituição da democracia por um sistema alternativo, mas o seu permanente questionamento. É pela via da ficção que José Saramago entrevê uma saída para esse impasse – pois é a potência simbólica da literatura (território em que reflexão, humor, arte e política se entrosam) que se revela capaz de vencer a mediocridade, a ignorância e o medo.
18. Pollyanna – Eleanor H. Porter
(Internet: R$19,90 a 23,90 – Bienal: R$10,00)
A pequena cidade de Beldingsville, no interior dos Estados Unidos, nunca mais seria a mesma depois da chegada de Pollyanna, uma garotinha órfã de 11 anos que ficou aos cuidados da tia rica, a irritadiça e intransigente senhora Polly Harrington. Com sua extraordinária visão de mundo, a encantadora menina conquista os habitantes da cidadezinha e ensina a todos o seu incrível “jogo do contente”, um jogo capaz de transformar vidas e modificar destinos.
Publicada como livro em 1913, a história da alegre e corajosa menina se tornou um clássico da literatura infantojuvenil e vem cativando diferentes gerações de leitores com sua poderosa mensagem de otimismo e superação das dificuldades. É impossível não se encantar com Pollyanna, um exemplo inesquecível de amor, amizade e de como ver sempre o lado bom da vida.
19. BOX Ernest Hemingway – Ernest Hemingway [3 livros]
(Internet: R$59,99 a 83,12 – Bienal: R$35,92)
Paris é uma festa (252 págs)
Esse livro revela um Hemingway diferente. Em Paris, aos 22 anos, ele lê, pela primeira vez, clássicos como Tolstói, Dostoievski e Stendhal. Convive com Gertrude Stein, James Joyce, Ezra Pound, F. Scott Fitzgerald, figuras polêmicas e encantadoras para o jovem autor. A cidade e esses “companheiros de viagem” deram-lhe nova dimensão do humano e maior sensibilidade para alcançar os seus dois objetivos primordiais na vida: ser um bom escritor e viver em absoluta fidelidade consigo próprio.
O verão perigoso (266 págs)
Em 1959, Ernest Hemingway retornou à Espanha contratado pela revista Life para escrever um artigo curto sobre touradas, e mais uma vez ficou tão absorvido pelo tema que já o havia inspirado, décadas antes, a escrever a obra-prima Morte ao Entardecer, que acabou criando O verão perigoso. Esta obra é a crônica da impactante temporada que se desenvolveu nas arenas espanholas naquele ano, inflamada pela rivalidade quase mítica de dois matadores, Antonio Ordoñez e Luiz Miguel Dominguín ¿ dois cunhados, ambos equiparados em habilidade e carisma. Com uma descrição precisa da ¿dança da morte¿, Hemingway revela as emoções e os pensamentos dos dois maiores matadores da época, tendo como pano de fundo as grandes paisagens da Espanha.
O velho e o mar (126 págs)
Depois de anos na profissão, havia 84 dias que o velho pescador Santiago não apanhava um único peixe. Por isso já diziam se tratar de um salão, ou seja, um azarento da pior espécie. Mas ele possui coragem, acredita em si mesmo, e parte sozinho para alto-mar, munido da certeza de que, desta vez, será bem-sucedido no seu trabalho.
Esta é a história de um homem que convive com a solidão, com seus sonhos e pensamentos, sua luta pela sobrevivência e a inabalável confiança na vida. Com um enredo tenso que prende o leitor na ponta da linha, Hemingway escreveu uma das mais belas obras da literatura contemporânea.
20. BOX Star Wars: O Despertar da Força [3 livros]
(Internet: R$30,00 a 44,90 – Bienal: R$20,00)
Box novo Exclusivo com 3 livros da saga star wars, Uma aventura de Han Solo e Chewbacca, Uma aventura da Princesa Leia, Uma aventura de luke Skywalker.
Livros contidos no box: A missão Contrabandista, Alvo em Movimento e A Arma de um Jedi.
21. V for Vendetta – Alan Moore
(Internet: R$44,00 a 47,50 – Bienal: R$20,00)
A new trade paperback edition of the graphic novel that inspired the hit movie!
A powerful story about loss of freedom and individuality, V FOR VENDETTA takes place in a totalitarian England following a devastating war that changed the face of the planet.
In a world without political freedom, personal freedom and precious little faith in anything comes a mysterious man in a white porcelain mask who fights political oppressors through terrorism and seemingly absurd acts. It’s a gripping tale of the blurred lines between ideological good and evil. This new trade paperbackedition features the improved production values and coloring from the 2005 hardcover.
22. De Amor Tenho Vivido – Hilda Hist
(Internet: R$35,05 a 40,70 – Bienal: R$31,92)
Nesta breve coletânea, ilustrada pela artista Ana Prata, o leitor vai conhecer as muitas faces da poeta que se dedicou ao amor com total devoção. Do primeiro livro de poesia, Presságio, de 1950, até o último, Cantares do sem nome e de partidas, de 1995, o amor atravessa toda a produção poética de Hilda Hilst. Em constante diálogo com a tradição de odes, trovas e cantares, os poemas tematizam o amor em suas múltiplas formas: a entrega ao amado, o desejo ardente, a expectativa pelo encontro, o medo da despedida. Com vasto repertório de imagens, Hilda cria um universo admirável composto por terra, árvores, cascas, frutas, raízes, plantas, flores. “Deitamos a semente/ e ficamos à espera de um verão”, escreve. Os pássaros também pousam com frequência nos versos, com suas asas que nem sempre simbolizam a liberdade: há asas de fogo, de espanto, mas há também asas de ferro, asas arrancadas. Há, sobretudo, a vontade urgente de ser lida, compreendida, olhada outra vez: “Me fizeram de pedra/ quando eu queria/ ser feita de amor”
23. Odio, amizade, namoro, amor, casamento – Alice Munro
(Internet: R$19,00 – Bienal: R$10,00)
“[…] havia alguma coisa errada no modo como pronunciava as palavras. Um sotaque. […] Alguém comera na mesa e deixara um prato sujo de ketchup ressecado e uma xícara pela metade de café frio.” Detalhes assim são encontrados quase aleatoriamente nos contos de Alice Munro (1931). São eles, entre tantas outras coisas, que conferem ao leitor a sensação de que está vivendo junto com os personagens cada momento da história. Munro empresta a suas narrativas um cuidado e atenção que só a vida ativa pode proporcionar. Quase não sabemos se estamos lendo ou vivenciando uma experiência, tamanha a veracidade dos lugares, tempos e pessoas. Por outro lado, lemos frases como esta: “A luxúria que me dera pontadas de dor à noite fora purgada e reorganizada agora como uma ordenada chama-piloto, solícita, esponsal.” A densidade, o fluxo de consciência, a reflexão, a ação incessante e os detalhes vívidos se combinam, em Alice Munro, para formar contos de linguagem extremamente autoral, sempre com temas que não ultrapassam o mais humildemente humano. Não à toa a autora ganhou o Prêmio Nobel sem jamais ter escrito um romance, feito inédito para a premiação. Seus contos, como dizia Julio Cortázar, ganham do leitor por “nocaute”, golpeando-o bem ali, onde ele é mais parecido com qualquer um e somente consigo mesmo. Noemi Jaffe Escritora e crítica literária.
Voltei pra casa POBRE e sem dinheiro pra comprar comida, mas MUITO satisfeita!!! E ano que vem tem Bienal do Rio! Ai meu bolso 😛 ❤