“No dia em que for possível à mulher amar na totalidade, não na sua fraqueza, não para fugir de si mesma mas para se encontrar, não para se demitir mas para se afirmar, nesse dia o amor tornar-se-á para ela, como para o homem, fonte de vida e não perigo mortal“.
. Simone de Beauvoir in Segundo Sexo.
Simone de Beauvoir faria hoje , 9 de janeiro, 111 anos. Escritora, filósofa, existencialista e feminista francesa. Mais do que uma referência do pensamento feminista, uma inspiração e um símbolo da luta pela liberdade, igualdade e direitos das mulheres.
Ao afirmar “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, Simone de Beauvoir abre caminho à teorização das relações sociais de sexo e da opressão da mulher em função do determinismo biológico, no qual a mulher é relegada para um papel de subalternidade e vista como um segundo sexo.
A tomada de consciência dos mecanismos sociais na reprodução de estereótipos de género, no que é suposto “ser ou fazer” em função do determinismo biológico, e assente numa visão dicotômica homem/mulher ainda está muito presente na nossa sociedade.Em pleno século XXI as mulheres ainda continuam a ser vistas como um segundo sexo.Continuam a estar sub-representadas em cargos de decisão ou cargos de chefia, tanto na política como nas empresas. Continuam a ganhar em média menos 16,3% do que os homens. E a violência contra as mulheres continua a ser um fenômeno generalizado.Vivemos no século XXI, por isso temos de assumir uma perspetiva do século XXI na construção de uma sociedade desprovida de preconceitos e estereótipos.Uma sociedade que rompa com o determinismo biológico em que o mais importante seja a liberdade e a possibilidade de escolha. Em suma, uma sociedade “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância”.
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