“Descobriu que não possuía bom-senso, que não estava armada de nenhum passado e de nenhum acontecimento que lhe servisse de começo, ela que nunca fora prática e sempre vivera improvisando sem um fim. Nada do que lhe sucedera até então e mesmo nenhum pensamento anterior comprometiam-na para um futuro, sua liberdade crescia a cada instante, pensativa, ar frio invadindo e varrendo um quarto vazio”.
. Clarice Lispector in O Lustre .