Primeiras impressões…
“Achei que meu menino estava chorando, mas toda noite eu o ouço chorar e, quando chego perto, é o silêncio total, como se tivesse gravado um fragmento do seu choro e se reproduzisse sozinho. Mas às vezes não ouço nada. Estou sentada no sofá, a poucos metros do seu quarto, vendo um programa de troca de casais, babás perfeitas, ou pintando as unhas, quando meu querido aparece com o calção meio arriado e me diz: por que ele não para de chorar?, o que ele quer?, a mãe é você, tem que saber. Não sei o que ele quer, digo, não tenho a menor ideia”.
#ArianaHarwicz in Morra, amor
Esse trecho do livro diz tudo pra mim. O quanto é cobrado de uma mãe, o quanto ela tem que MILAGROSAMENTE saber das coisas porque de um dia pro outro se tornou mãe e o quanto é aceitável socialmente essa postura patética de pai de achar que só ter contribuído com o espermatozóide já foi TUDO o que ele tinha que fazer… Essa postura ridícula é aceita pelas mulheres, mães, pela sociedade como um todo e todo o peso da criação e de TUDO mais recai sobre a mãe. E dane-se se ela é um ser humano, se tem hormônios, se pode ter depressão, se não está preparada pra isso. Por que a MÃE não pode ter isso, mas o PAI pode fazer o que ele quiser. E é por isso que o aborto é um crime sem perdão, mas o pai ir embora e abandonar seu filho na barriga da mãe, não tem problema… É normal, acontece. Homens…
Ambas as situações são terríveis e na mesma medida pra mim. E sempre que vejo alguém julgando uma mãe por essa ou aquela atitude, eu sempre pergunto: Cadê o pai??
Está mais do que na hora dessa sociedade hipócrita entender que a responsabilidade é dos DOIS: 50% de cada… Nem mais, nem menos pra nenhum!! E tenho dito!!
Sim, esse assunto me revolta e eu nem mãe sou, mas tenho mãe e tenho amigas mães e tenho empatia por todas essas mulheres guerreiras que sofrem abusos da sociedade por serem mães, enquanto os homens tem sempre desculpa pra tudo… Afinal, são homens…
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