
Autora: Maya Angelou
Editora: @taglivros
Páginas: 336
Nota: 5/5
Esse livro poderia ser uma ficção, mas é real. Uma autobiografia que te faz mergulhar tão fundo nas relações humanas descritas que você se sente parte da narrativa.
Conhecemos neste livro a infância e início da adolescência de Maya e seu irmão Bailey Jr. na casa da avó e do tio, em Stamps, uma cidade americana onde a segregação racial é escancarada. Acompanhamos em sua narrativa, ora metafórica, ora objetiva, os principais acontecimentos de sua vida nesse período, envoltas em situações de racismo e sexismo. Das humilhações diárias aos encontros com os pais com os quais não tem nenhum tipo de relação construída, até o terrível estupro do qual foi vítima aos 8 anos de idade.
A narrativa de Maya é excepcional. A forma como ela conta esse momento tão hediondo de sua trajetória é intensa, emocional e envolvente. Fiquei o tempo todo com vontade de pegar a pequena Maya no colo e chorar todas as lágrimas não derramadas, mas sentidas intensamente. Uma criança que sequer tinha ideia do que estava vivendo.
“Os sons chegavam abafados a mim, como se as pessoas estivessem falando através do lenço ou com as mãos sobre a boca. As cores também não eram reais, mas uma vaga variação dos tons pastel que indicavam não tanto cores, mas familiaridades desbotadas. Os nomes das pessoas me fugiam, e comecei a me preocupar com minha sanidade”.
É uma leitura dolorosa, que nos faz refletir e repensar muitos conceitos, muitas ações e atitudes e por isso tão importante e essencial. Precisamos de leituras como essa para começar a entender os nossos privilégios e a respeitar e compreender aqueles que sofrem uma vida inteira para ter um segundo da paz que esbanjamos.
Recomendo muito!!
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