
Autor: Alain Mabanckou
Editora: @taglivros
Páginas: 224
Nota: 4/5
Este livro foi indicado pelo maravilhoso Mia Couto e traduzido para o português brasileiro pela primeira vez pela TAG livros, e nos apresenta a história de um garoto congolês com um sobrenome ridiculamente grande que nem me atrevo a tentar colocar aqui, mas cuja tradução é “Demos graças a Deus, o Moisés negro nasceu na terra dos ancestrais”. Por isso é conhecido por todos como Moisés.
Ele passa um grande período de sua vida em um orfanato de Loango, cidade próxima a Pointe-Noire, segunda maior cidade da República do Congo e uma cidade portuária. Nesse orfanato, Moisés vai conhecer o amor sob a forma de pequenos gestos de amor de uma funcionária a quem ele admira muito. Sabine Niangue é o mais próximo de uma mãe que Moisés teve e, em um relato que faz ao garoto, nos traz uma forte reflexão sobre preconceito. Uma personagem que me marcou com sua história.
O livro traz esse traço de contar várias histórias dentro de uma e vamos conhecer outros personagens, como o diretor e funcionários do orfanato, a de seu melhor amigo Bonaventure e outros colegas internados e mais pra frente, outros personagens que vai conhecendo ao longo da história. Moisés escapa do Orfanato dado momento, junto com dois irmãos gêmeos que o chama de Pimentinha por conta de uma vingança do garoto contra eles que de certa forma os aproximou e então começa uma vida de pequenos delitos na tentativa de sobreviver na cidade.
O pano de fundo da trama é um país que acabou de sofrer um golpe de estado. E neste contexto, os relatos do autor, vão pontuando a história do Congo com a vida de seus personagens, histórias que dificilmente conheceríamos se não pelas páginas de um livro. A narrativa do autor é irônica e ácida, traz um certo humor mas contrabalanceado com a realidade dura e vívida de uma sociedade esquecida.
É preciso conhecer novas culturas, ler novas realidades, nos faz crescer como seres humanos. Recomendo muito a leitura.
Comente