
Autora: Anne Brönte
Editora: @editoramartinclaret
Páginas: 257
Nota: 4,5/5
Anne é a irmã mais nova e a menos popular das irmãs Brönte e Agnes Grey foi seu romance de estreia. Um romance que já chegou desafiando a sociedade da época com uma exposição bastante crítica sobre o comportamento aristocrático das famílias e detalhes do que acontecia dentro de seus casarões.
Apesar do pai de Agnes ser um pobre clérigo, relegando-os a uma vida simples e sem luxos, a educação das filhas foi primorosa, e apoiada pela mãe, Agnes parte aos 18 anos para seu primeiro trabalho como preceptora, sonho que vinha acalentando no intuito de contribuir com o sustento da família e também de ser dona de seu próprio destino.
Infelizmente fracassa ao tentar transmitir educação e autoridade aos seus primeiros tutelados, crianças terrivelmente mimadas e maldosas, cujos pais não faziam a menor questão de censurar e pelo contrário, incentivam as más atitudes, já que as cultivavam entre si também. Em sua segunda tentativa, conhece a família Murray, e apesar de suas tuteladas também não serem exemplos de boa conduta, encontra no seio desta família a estima que buscava.
Agnes se mostra uma protagonista que apesar de resiliente diante dos dissabores, mantém-se inabalável em sua busca por respeito e independência. Através de seus pensamentos traz críticas claras em relação a vida de uma preceptora nesta época, cheia de restrições, praticamente invisível e subordinada aos caprichos e vontades de todos aqueles que tem uma classe social superior à sua.
Além disso, também desnuda o comportamento das famílias aristocratas dessa época, mostrando sua verdadeira face. Não à toa, sua obra não foi bem recebida, sendo vista como uma ofensa à sociedade e não condizente à realidade.
Inegável o talento da narrativa de Anne Brönte e a importância social dessa obra. No entanto, e isso é muito pessoal, não foi uma história que me causou tanto impacto quanto O Morro ou Jane Eyre, embora tenha sido uma leitura extremamente fluída e prazerosa.
Recomendo fortemente a leitura!
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