Compulsão Patológica

Tenho. Descobri quando fui tirar uma foto que postei inclusive aqui, das edições do meu livro favorito: O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Brönte e descobri que eram 18!! 18 edições diferentes do mesmo livro. Porquê… SIM. Porquê eu amo, e, pior… Não consigo ver uma edição nova e que eu não tenha e não comprar. Recentemente participei de um Seminário em Santiago, Chile e o que aconteceu? Tive que comprar uma edição em espanhol, já que ainda não tinha nessa língua.

Mas também não é QUALQUER edição que eu saio comprando. Tem que ser bonita, bem diagramada, diferente. Não é um papel de jornal que vai me conquistar 😛 Ou seja, já estou na etapa final da compulsão patológica que Mindlin, bibliófilo brasieliro, explicou bem melhor do que eu jamais faria:

Roubartilhei daqui:

A relação dos homens com os livros, em particular a dos bibliófilos, aqueles que por eles se apaixonam, passa por três estágios. Primeiro, os homens pensam que conseguirão ler um número de livros maior do que de fato é possível. Num segundo estágio, consequência imediata do primeiro, passam a desejar ter em mãos o maior número possível de obras dos autores de quem gostam. Num terceiro momento, já siderados, surgem o interesse pelas primeiras edições, geralmente raras, e a atração pelo livro como objeto de arte. Esta última fase é definida pelo mais célebre bibliófilo brasileiro, o empresário paulista José Mindlin, como perdição.

Quando se chega a esse estágio, aquele que pensava em ser na vida apenas um leitor metódico está irremediavelmente perdido”.

Confessa Mindlin. A patologia – doce patologia – está instalada em definitivo. Essa tese é defendida logo na abertura de “Uma Vida entre Livros – reencontros com o tempo.

Primeiro se começa com as edições comuns. Depois vem o interesse pelo livro bonito, com ilustrações e bem diagramados. A próxima é a busca das primeiras edições de um determinado título. Passa-se, então, a procurar exemplares autografados. A última etapa é a consciência da raridade. E aí você está definitivamente perdido.

Com toda certeza já estou DEFINITIVAMENTE perdida! ❤

A relação dos homens com os livros

A relação dos homens com os livros, em particular a dos bibliófilos, aqueles que por eles se apaixonam, passa por três estágios. Primeiro, os homens pensam que conseguirão ler um número de livros maior do que de fato é possível. Num segundo estágio, consequência imediata do primeiro, passam a desejar ter em mãos o maior número possível de obras dos autores de quem gostam. Num terceiro momento, já siderados, surgem o interesse pelas primeiras edições, geralmente raras, e a atração pelo livro como objeto de arte. Esta última fase é definida pelo mais célebre bibliófilo brasileiro, o empresário paulista José Mindlin, como perdição. “Quando se chega a esse estágio, aquele que pensava em ser na vida apenas um leitor metódico está irremediavelmente perdido”, confessa Mindlin. A patologia – doce patologia – está instalada em definitivo.

José Mindlin, em entrevista ao Jornal do BAN
Fonte: http://bibliomanias.no.sapo.pt/Mindlin.htm

O Importante sobre a Leitura

Acho que a leitura é uma das melhores coisas que a gente tem na vida, mas tem de ser num campo de liberdade intelectual – cada um resolve o que acha melhor. O importante é adquirir o hábito da leitura, não importa com quais livros, porque, depois de o hábito estar enraizado, vem a seletividade por si mesma. E cada um vai escolher se gosta de clássicos, de romances policiais – depende da vontade de cada um. Não se pode dizer “Você tem de ler determinados livros”. O máximo que se pode dizer é: “Eu achei esse livro muito bom e acho que você teria prazer em lê-lo” ou então “Eu li esse livro e achei que a leitura é uma perda de tempo, mas não é pecado gostar”. Não pode haver um preconceito de ler só um determinado tipo de livro. Para dar um exemplo extremo, uma pessoa pode gostar de ler Os Sermões do Padre Vieira e de repente interromper essa leitura para pegar um livro da Agatha Christie. Não vejo nada de mau nisso. O importante é adquirir o hábito da leitura e ir apurando por si mesmo a escolha do que ler.

José Mindlin, em entrevista ao Jornal do BAN
Fonte: http://bibliomanias.no.sapo.pt/Mindlin.htm