Que ano!!!

Parecia que estava tudo bem, até março chegar e entrarmos num “recalcular rota” que não parou até agora… Cada vez que parecemos estar começando a encontrar um caminho, é preciso recalcular de novo.

Foram muitas perdas, muitos danos, mas eu não consigo olhar pra tudo isso e não ver os ganhos também. Pois, como dizia Caio F. “Certo, muitas ilusões dançaram. Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas”.

E foi um ano de tanto aprendizado, superação, reinvenção. Eu, que costumava ler muitos livros por mês, estava há pelo menos 4 anos passando meses sem ler, lendo um a cada dois meses…

E de repente a pandemia, meses de #ficaemcasa e voltei a ler como antes, fazendo #TBR, cuidando mais do IG, fazendo novas amizades, parcerias, trocando experiências ou só jogando papo fora e conseguindo sobreviver ao medo, ao desânimo, a tristeza…

Foram os piores e os melhores momentos. Teve muita coisa ruim, mas também muita coisa boa e muito, muito aprendizado!!

A palavra pra esse ano é #gratidão!!🙏🏼📚💜

Morra, Amor…

Primeiras impressões…

“Achei que meu menino estava chorando, mas toda noite eu o ouço chorar e, quando chego perto, é o silêncio total, como se tivesse gravado um fragmento do seu choro e se reproduzisse sozinho. Mas às vezes não ouço nada. Estou sentada no sofá, a poucos metros do seu quarto, vendo um programa de troca de casais, babás perfeitas, ou pintando as unhas, quando meu querido aparece com o calção meio arriado e me diz: por que ele não para de chorar?, o que ele quer?, a mãe é você, tem que saber. Não sei o que ele quer, digo, não tenho a menor ideia”. 
#ArianaHarwicz in Morra, amor

Esse trecho do livro diz tudo pra mim. O quanto é cobrado de uma mãe, o quanto ela tem que MILAGROSAMENTE saber das coisas porque de um dia pro outro se tornou mãe e o quanto é aceitável socialmente essa postura patética de pai de achar que só ter contribuído com o espermatozóide já foi TUDO o que ele tinha que fazer… Essa postura ridícula é aceita pelas mulheres, mães, pela sociedade como um todo e todo o peso da criação e de TUDO mais recai sobre a mãe. E dane-se se ela é um ser humano, se tem hormônios, se pode ter depressão, se não está preparada pra isso. Por que a MÃE não pode ter isso, mas o PAI pode fazer o que ele quiser. E é por isso que o aborto é um crime sem perdão, mas o pai ir embora e abandonar seu filho na barriga da mãe, não tem problema… É normal, acontece. Homens…

Ambas as situações são terríveis e na mesma medida pra mim. E sempre que vejo alguém julgando uma mãe por essa ou aquela atitude, eu sempre pergunto: Cadê o pai??

Está mais do que na hora dessa sociedade hipócrita entender que a responsabilidade é dos DOIS: 50% de cada… Nem mais, nem menos pra nenhum!! E tenho dito!!

Sim, esse assunto me revolta e eu nem mãe sou, mas tenho mãe e tenho amigas mães e tenho empatia por todas essas mulheres guerreiras que sofrem abusos da sociedade por serem mães, enquanto os homens tem sempre desculpa pra tudo… Afinal, são homens…

#DefendaoLivro

Eu, Evelyn, do @blog_entreaspas apoio o manifesto criado pelas entidades representativas do livro no Brasil, que são contrárias ao projeto de taxação do livro que integra a reforma tributária do Ministério da Economia.

O mercado de livros é protegido de pagar impostos pela Constituição. A não tributação do livro é comum em diversos países. Aqui no Brasil, a reforma de Guedes abre caminho para uma taxação de 12% aos livros.

Quais os efeitos dessa medida?
Com o fim da imunidade tributária, será impossível manter os valores cobrados atualmente pelo livro. Com o produto mais caro, o acesso à cultura passará a ser cada vez mais restrito e menos democrático, cenário que deve emperrar a difusão de conhecimento em um país que já apresenta baixos índices de leitura. O resultado será catastrófico para a nossa educação, do ensino básico à universidade.

Como isso afeta o mercado editorial?
Em um setor já em crise, agravada pelos efeitos da pandemia, a tributação do livro é mais um golpe em um mercado já bastante debilitado e que luta para sobreviver.

Como você pode ajudar?
Compartilhe a campanha com a hashtag #defendaolivro. É importante unirmos vozes para vetar essa medida.

Texto por: @todavialivros

CENSURA NÃO!

EU SOU CONTRA A CENSURA!!!
Quem decide o que os filhos vão ou não ler são os pais e não o GOVERNO!! Há situaçōes bem mais sérias a serem feitas por tal e que estão bem longe de serem resolvidas. Só lembrando que algumas HQ’s, principalmente a em questão não é para crianças e sim para público juvenil-adulto, já que todos sabemos que HQ’s historicamente tem cenas de guerra, violência, massacres, enfim… (mas isso OK, o que incomoda é o amor) O que não impede que pais leitores deixem seus filhos ler com a devida supervisão e trabalhando com os temas abordados. Cada um sabe o melhor momento. Quem não quer também, não tem o menor problema. É só deixar de ter PREGUIÇA, LER e averiguar o que seu filho está consumindo/lendo e pronto!!! O que mais me indigna é que esses pais não são tão criteriosos com a TV/internet e certas letras de músicas, como o são com os livros!!! Pra finalizar… Quem quer compra, quem não quer NÃO COMPRA!! Simples assim!! E VIVA A LIVRARIA!! 📚📚📚❤️❤️❤️

Tesouro Escondido

Sou bibliotecária, trabalho em uma biblioteca escolar e estava reunindo alguns livros de poesia para uma pesquisa com a professora de língua portuguesa, quando encontrei esse livro. Abri exatamente neste poema:

PARADOXO
O homem não crê
na humanidade
do homem.

E foi aí que o livro me engoliu pra dentro dele e não parei de ler mais, quase perdi a hora da atividade. Levei pra casa e terminei no final de semana. Não conhecia esse autora, mas os poemas dele me encantaram. São, em sua maioria, curtos, mas muito atuais e reais. As vezes cínicos, bastante críticos, cheios de reflexão. E toda leitura que traz reflexão, que faz pensar, vale muito a pena. Super recomendo. Um Tesouro escondido nas estantes da biblioteca.

The Kauê Spin-Off

Por Álvaro Grave:

Obrigada pelo carinho desses desenhos tão fofos em homenagem ao Kauê, amigo.
Kauê se foi. Até agora ainda não tô entendendo direito o que aconteceu.  Não teve um grito, aviso, sangue, nada. Não teve nada. No fim, não importa muito o que aconteceu, ele se foi. Não tem mais beijinhos de manhã, gritos desesperados, correria atrás do pé, falatório sem fim, não me deixar falar no celular, dengo e carinhos. Acabou. Amei, amei com todo meu coração. Ele voou uma vez pra longe, eu pisei nele uma vez, ele foi ator dos vídeos do SESI e sem nenhum som, acabou. To em choque. Já chorei, já me revoltei, mas não vai trazer ele de volta. Peço perdão, Kauê, pelas falhas humanas em entender alguma necessidade que não foi atendida, mas acima de tudo por prendê-lo, um ser de asas que deveria viver solto e feliz na natureza, prometo nunca mais cometer esse erro novamente.  Eu sinto muito mesmo. Que Deus possa receber sua alma pura em seus braços e que você siga seu ciclo de vida feliz. Você merece. Tudo que me deu, por esses 6 anos de vida ao meu lado, foi AMOR.

“Daqui a 50 anos ainda vou lembrar seu nome e todas as vezes que você me fez sorrir”.

#CaioFernandoAbreu 😭🐥💔

Feliz Dia das Mães

Desde muito pequena, por influência da minha mãe que sempre leu muito, vivi rodeada de livros. A textura do papel, o cheiro, as figuras, as letras de diversos tamanhos e formatos sempre me encantaram e eu corria os olhos por elas com prazer. Desde sempre, por prazer. Muitas e muitas vezes troquei aquele brinquedo cobiçado por qualquer criança por um livro, pedido no Natal, aniversário e fora de época. Gostava, além de lê-los ansiosamente, de vê-los ali no meu quarto. Amigos que faziam as vezes dos irmãos que não tinha (sou filha única). Minha história de vida tem as palavras e os livros como base desde o começo. Minha infância foi florida de livros e histórias que me ajudaram, emocionaram, desenvolveram e por isso só tenho a agradecer aos meus pais, por todo o incentivo que me deram e continuam dando até hoje. Mas é a minha mãe, que foi o meu exemplo de mulher leitora e outros tantos, que hoje quero homenagear, abraçar e agradecer! Obrigada Elvira R. Souza. Infinita #gratidão. Feliz Dia das Mães. Te amo.

#Lyani
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Eu não ouvi você sair…

… E eu estou me perguntando como ainda estou aqui… 

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Fecho os olhos no escuro, forçando minha memória buscar o momento, o minuto, o segundo exato em que você me deixou, ou melhor, que eu deixei você ir sem nem mesmo lutar por você. Há quantos anos eu estou “vivendo” sem você? Sento na cama completamente indignada. Quando eu tento lembrar de como eu era nessa época, quando você ainda estava aqui, as lembranças vêm em flashes: o sorriso fácil, os cachos vermelho desbotados que caiam sobre uma bata, a saia até os pés, descalços… Qual foi a troca justa, eu ter deixado você se perder assim? Minha carreira? A vontade tão desesperada de fugir de uma prisão que acabou me colocando em outra pior? Quando foi que eu te perdi tão terrivelmente desse jeito? Cubro a cabeça com as mãos, forçando os dedos nas têmporas e me obrigando a achar o momento. Algumas imagens me vêm a cabeça…. eu abraçando um travesseiro, meu travesseiro, no colo dentro de um carro onde eu não queria de verdade estar, ao lado de alguém que nem de longe era tão bom pra mim como você, seguindo para uma vida que eu jamais poderia imaginar. Eu chorava copiosamente nesse dia, as lágrimas desciam grossas no rosto e era como se eu estivesse deixando algo essencial para trás. Talvez, talvez eu tenha te perdido ali, ou antes, mas ali talvez fosse o momento em que eu realmente senti que você tinha ido e que algo tinha mudado irremediavelmente e para sempre. A gente mente, a gente mente ridiculamente pra gente mesmo, como eu fiz quando sequei as lágrimas e me obriguei a acreditar que era o melhor pra mim. Quando o mundo gritava que eu seguia para o lado errado e eu enxergava beleza e luz onde só havia escuridão e dor. Eu achei que tinha me libertado quando fiz isso… Se eu soubesse, se eu pudesse saber tudo que ia acontecer depois daquele segundo em que eu fechei os olhos sorrindo e confiante porque você foi a minha ultima visão antes disso. Antes disso que eu estou chamando de vida. Se eu pudesse saber que seria a ultima vez que eu te veria, que eu acordaria sem saber onde eu estava, que eu acordaria me sentindo um enorme buraco sem significado e que eu vagaria pela vida, como um fantasma por quase 15 anos sem você, sem saber o que eu estava fazendo e só seguindo mecanicamente porque é isso que a vida faz.  Essa coisa mecânica chamada cotidiano e a sua irmã gêmea má, a rotina, fazem com que a a gente simplesmente vá. Eu abri os olhos por 15 anos sem saber onde estava, eu respirei, levantei, fiz coisas que eu gostava, coisas que eu odiava, trabalhei, criei um mundo inteiro de mentiras ao meu redor, me convencendo de que era isso que eu queria. Que eu tinha chegado onde eu queria, que era isso e tudo bem. Mas faltava algo, sempre faltou algo. Eu fui feliz, eu fui genuinamente feliz um dia, não foi um sonho. Eu estou lembrando agora, como se fosse em outra vida. Como se um robô tivesse apagado minha memória e ela insistisse em voltar em golpes terríveis de realidade me deixando meio zonza, um pouco pálida e ligeiramente feliz. Um sorriso tímido dançou nos meus lábios, como se ele soubesse exatamente o caminho de se abrir, mas os músculos estavam atrofiados e não conseguiam ainda. O estômago retorceu num mal estar como se eu fosse vomitar e eu sabia exatamente o que fazer. Mas as pernas, e todos os membros do corpo doíam como se estivessem presos há muito tempo e não soubessem exatamente como começar. Fechei e abri as mãos várias vezes, respirei fundo. Forcei mais uma vez minha memória a buscar como eu era quando eu estava com você. Fechei os olhos e uma explosão de lágrimas rolou por meu rosto enquanto eu lembrava de mim como se fosse de uma pessoa querida e amada que eu não via há anos e que só agora eu me dava conta de o quanto me fazia falta. Levantei num impulso, e as pernas tremeram como se quando eu saísse do meu quarto eu daria de cara com você ali, como se fosse de novo 2001 e eu ainda soubesse sorrir sem o peso do mundo inteiro nas costas. Como se fosse possível meus cabelos voltarem a ter aquele tom vermelho desbotado e formassem cachos poderosos que eu insisti em alisar por mil anos, negando quem eles eram e quem eu era, pra encobrir toda a falta que isso me fazia. E era como se eu estivesse descalço de novo, sentindo a energia da vida, vestida como uma hippie urbana e pudesse ver as cores dos sentimentos em todas as coisas, desde as mais simples até as mais complexas e me amasse de verdade, e gostasse de quem eu era e, acima de tudo, tivesse orgulho disso. E nesse momento eu soube que eu não podia mais viver sem você. Que tudo isso tinha sido uma loucura sem fim, e que eu não podia estar onde eu queria se eu não estivesse com você. “Como posso viver sem minha alma?” Heathcliff sussurou no meu ouvido. E eu soltei uma gargalhada alta, linda, como há mil anos eu não fazia… E dei o primeiro passo pra te reencontrar, sabendo que você já estava aqui. Que você tinha voltado, você finalmente tinha voltado. E não dava pra parar as lágrimas, e nem o soluço, e eu corri pra te encontrar e você estava tão perto, que era impossível não ver… Eu sorri, os músculos doendo do exercício sincero. Do amor verdadeiro. Eu te vi, eu te reconheci, eu te vivi, eu te aceitei, eu te amei como há muito tempo não fazia. Eu te olhei, no reflexo do meu espelho e você era exatamente como eu lembrava de você….

E eu não queria mexer nada…
Porque isso poderia mudar minha memória.

Levantei a mão, insegura, pra te tocar, mas você não se afastou, e eu levei os dedos até o espelho que era você me mostrando. Os dedos correram a curva do meu rosto refletido e gelado e mais vivo e quente do que qualquer lembrança, do que qualquer coisa que eu pudesse ter vivenciado nesses 15 anos sem você…

Eu sou o que sou
Eu faço o que eu quero
Mas eu não posso me esconder
Eu não irei embora, eu não irei dormir
Eu não posso respirar
Até que você esteja descansando aqui comigo
Eu não vou embora, eu não posso me esconder
Eu não posso SER, enquanto você não estiver descansando aqui comigo… 

E era você. Era eu. Eu me sentia completa pela primeira vez em anos. E beijei o espelho em que me refletia, porque não há nenhum amor maior… Que o amor próprio. E eu nunca mais vou deixar você ir assim. Eu nunca mais vou viver sozinha uma vida de mentiras sem você. Porque eu te amo, porque eu ME AMO E EU ME ACEITO. E nada, nunca, vai ser maior que isso…

Lyani, 18/04/19 19:39
*Em itálico, tradução minha da música “Here With Me” – Dido.

Outono

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“Que chegue, trazendo brisas frias
Derrubando folhas, tristezas e solidão
Que leve, todo exagero
Que reste, luz fraca, brisas e lembranças
Suave, ameno e confortador
Triste, mas aceitável
Nada de paixões ardentes
Nada de dores profundas
Só a suavidade de ambas, calmaria sem explosão
Suave torpor que confunde mas não se perde
Leveza de todo o sentir
Nem tão calmo, nem tão breve
Outono
Estação e Sentimentos”

. Evelyn Ruani (Lyani), 20/03/2007